Híbrido-leve ou micro-híbrido? A classificação para os veículos equipados com sistemas de 12V ou 48V tecnicamente chamados MHEV (Mild Hybrid Electric Vehicle) tem gerado algumas discussões no setor automotivo, sobretudo no Brasil, onde as montadoras do mercado de massa se preparam para ofertar modelos equipados com esse sistema em breve.
Desde maio deste ano, a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) estabeleceu a nomenclatura de micro-híbridos para esta tecnologia para evitar que consumidor seja levado ao erro no momento da compra. Algumas montadoras simplesmente estavam eliminando o termo "leve" da nomenclatura "híbrido leve" causando erro no entendimento da tecnologia.
Tal denominação passou a ser utilizada considerando o fato desses veículos não terem tração elétrica em nenhum momento, se diferenciando dos híbridos "completos" HEV ou híbridos recarregáveis (PHEV).
No entanto, a nova definição não agrada algumas fabricantes. Enquanto a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) adota a definição internacional baseada na padronização da Secretaria de Energia dos EUA, que nomeia o Mild-Hybrid como micro-híbrido, a Stellantis utiliza uma definição mais restrita, considerando micro-híbridos apenas sistemas start-stop: na interpretação da fabricante, os modelos MHEV devem ser chamados de híbridos leves, mesmo que este "motor elétrico" não propulsione de forma alguma o veículo.
Até mesmo o argumento utilizado pela própria Stellantis, a Classificação Fiscal NESH / IN RFB 2 169/23, considera veículos híbridos com motores de combustão e elétrico ambos relacionados com a propulsão. Ou seja, a Stellantis se ampara no termo "relacionadas" com a propulsão e não como propulsor.
O grupo editorial formado por Motor1.com e InsideEVs adota globalmente o termo micro-híbrido, dando clareza ao consumidor que se trata de uma tecnologia que não atua na propulsão de um veículo. Em pouco tempo, o mercado brasileiro receberá novos veículos com a tecnologia micro-híbrida associada a tecnologia flex e, consequentemente, os departamentos de marketing tentarão empurrar a definição "híbrida flex" para esses modelos.
Essa desinformação já acontece hoje com alguns modelos micro-híbridos no Brasil, os quais ostentam o emblema Hybrid ou Híbrido na tampa traseira sem fazer menção alguma do termo "leve" para o consumidor.
É importante esclarecer que o ponto fundamental para que um veículo seja considerado híbrido é a capacidade de tração elétrica e de regenerar energia durante a frenagem e desacelerações, contribuindo para a eficiência energética do sistema.
Os carros híbridos leves (MHEV) representam o primeiro passo em direção à eletrificação, mas possuem algumas limitações em comparação aos híbridos tradicionais (HEV) e plug-in (PHEV):
Jeep Avenger e-Hybrid MHEV
Mas trazendo a questão para o consumidor brasileiro, independente do nome que se venha a utilizar: o emblema "Hybrid" estampado na traseira, MHEV, híbrido leve ou micro-híbrido, é importante entender as diferenças entre os sistemas e considerar essas desvantagens ao avaliar a escolha entre um MHEV, um híbrido tradicional (HEV) ou um plug-in (PHEV).
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