O Projeto de Lei do Combustível do Futuro, aguardando sanção presidencial, prevê incentivos significativos para a produção e o uso de biocombustíveis no Brasil. Segundo Marcelo Bragança, vice-presidente de Operações da Vibra Energia, esses incentivos consolidam a vantagem dos biocombustíveis em relação aos veículos elétricos no país.
Em entrevista ao estúdio eixos, Bragança destacou a importância da infraestrutura já existente para os biocombustíveis, que se assemelha à utilizada para os combustíveis fósseis. "A infraestrutura que você demanda para movimentar biocombustíveis é a mesma dos fósseis. Olhando para frente, para os biocombustíveis avançados, o Brasil tem tudo para ser um grande hub de produção", afirmou.
Em contrapartida, a eletrificação ainda enfrenta desafios relacionados à falta de infraestrutura de carregamento no país: "O posto de combustível você encontra em qualquer esquina ou nas rodovias de forma fácil. Por isso, eu acho que o combustível líquido com um conteúdo maior de biocombustível ainda vai prevalecer", opinou o executivo.
Embora a Vibra Energia também esteja investindo em pontos de recarga para veículos elétricos, a empresa estima que o mercado de elétricos plug-in (BEV + PHEV) corresponda a apenas 25% das vendas de carros em 2030. "Nós escolhemos 9 mil quilômetros de rodovias no país para instalar carregadores de alta velocidade, no qual com 15 minutos você consegue dar uma carga completa", disse Bragança.
Vale lembrar, que desde o final de 2023 a Vibra energia é parceira da Aliança pela Mobilidade Sustentável, iniciativa liderada pela 99 com mais 12 empresas e que tem entre os objetivos principais a aceleração da infraestrutura de carregamento no país.
O Projeto de Lei do Combustível do Futuro prevê o aumento do limite da mistura de etanol na gasolina de 27,5% para 35%, enquanto o biodiesel pode ter sua mistura no diesel aumentada de 15% para 25%. Esses aumentos, no entanto, dependerão de estudos de viabilidade técnica.
A expectativa é que a demanda brasileira por combustíveis cresça significativamente até 2030, atingindo 165 milhões de m³. Os biocombustíveis devem liderar esse crescimento, com um aumento projetado de 35%, enquanto os combustíveis fósseis devem crescer 10%.
Os incentivos aprovados para os biocombustíveis no Brasil demonstram uma aposta na produção e no uso de fontes de energia renováveis. A infraestrutura existente, a facilidade de abastecimento e a projeção de crescimento da demanda colocam os biocombustíveis em uma posição de destaque no cenário energético, ao menos nos próximos anos. Isso contrasta com a falta de um apoio mais claro e objetivo para a eletrificação, que tem papel fundamental na descarbonização do setor de transportes.
Fonte: Eixos
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