A vice-presidente da BYD, Stella Li, tem sentimentos mistos sobre o desempenho da montadora chinesa na Europa este ano. Apesar de ter tido aumentos significativos em mercados como Reino Unido, França, Espanha e Itália, a gigante chinesa acabou perdendo terreno significativo na Suécia e Alemanha.
"Não estamos felizes com o resultado", disse a vice-presidente executiva da BYD, Stella Li, durante o Salão de Paris 2024. "Vocês verão várias grandes mudanças da BYD nos próximos meses."
A BYD planeja "dobrar ou triplicar" sua rede de concessionárias na Europa até o final do ano que vem, segundo a executiva, sem fornecer mais detalhes. Na Alemanha, a BYD expandirá sua rede de varejo mais rapidamente e pretende aumentar o número de concessionárias para 120 até o final de 2025.
De acordo com o Dataforce, um instituto de pesquisas de mercado no continente europeu, a marca já iniciou uma reformulação no seu plano de negócios na Alemanha ao assumir as operações de seu distribuidor, a Hedin Electric Mobility, depois que suas vendas no maior mercado da Europa caíram 38% (1.650 veículos) até agosto.
Para Li, "Se a BYD quer ser uma das principais marcas de automóveis globalmente, então precisamos fazer isso", disse a executiva sobre a empresa assumir o controle direto de suas vendas e distribuição em mercados-chave.''
O sucesso na Alemanha é crucial para a BYD, que quer atingir uma participação de 5% no mercado de automóveis da Europa no médio prazo. As vendas alemãs da BYD permaneceram baixas mesmo depois que a montadora investiu pesadamente para ser a patrocinadora automotiva oficial do UEFA EURO 2024, que foi realizado no mês de junho na Alemanha.
Li disse que a BYD também teve que se acostumar com os hábitos de compra locais.
"O consumidor europeu é um pouco conservador", disse ela, acrescentando que os compradores estão inseguros sobre a transição para modelos elétricos depois que a União Europeia, encerrou os incentivos e várias montadoras se opuseram fortemente às metas mais rígidas para elétricos definidas para entrar em vigor no próximo ano, e que devem acrescentar cerca de 17% de impostos aos modelo da marca chinesa.
“É um mercado muito confuso e desafiador, mas acho que temos muita experiência. Assim que o consumidor entra em nossos carros, ele se apaixona imediatamente”, disse ela.
BYD Yuan Pro (BR)
A BYD espera que novas fábricas na Hungria e na Turquia ajudem a montadora chinesa a compensar o aumento das taxas de importação sobre veículos que exporta de seu mercado doméstico. A produção na Hungria está programada para começar no final de 2025 e a Turquia está programada para entrar em operação em 2026, disse Li.
No início deste mês, os estados-membros da UE apoiaram as novas super taxas de importação sobre veículos elétricos fabricados na China de até 45%, destinadas a combater o que a Comissão Europeia diz serem subsídios injustos por parte do governo chinês, que estaria praticando dumping, o que Pequim nega.
Para a BYD, isso significa uma tarifa de 17% além da taxa atual de 10%. Para a executiva, essas novas taxas de importação mais altas são um “desafio de curto prazo”, acrescentando que o custo das taxas será repassado aos compradores de carros.
“A tarifa não é justa para o consumidor europeu porque limita seu acesso a carros elétricos”, lamenta.
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