A maioria dos carros possui freios externos conectados aos cubos das rodas, enquanto apenas alguns modelos utilizam freios internos. A Mercedes-Benz foi além e integrou os freios dentro da carcaça da unidade motriz de um veículo elétrico, destacando diversas vantagens, como a possibilidade de nunca precisar de manutenção nos freios durante toda a vida útil do carro.
Nos veículos elétricos, os motores podem ser usados para desaceleração, poupando os freios tradicionais do desgaste e, ao mesmo tempo, recuperando energia para recarregar a bateria. Empresas como a Continental e a Volkswagen já exploraram diferentes soluções para freios em EVs. A Continental desenvolveu discos ultrarresistentes inspirados nos freios de mountain bikes, enquanto a Volkswagen optou pelos freios a tambor em todos os modelos baseados na plataforma MEB, como o ID.4 e o Audi Q4 E-Tron.
A Volkswagen defende que, mesmo em veículos elétricos com mais de 300 cv de potência, os freios a tambor são suficientes para o eixo traseiro. Isso porque a maior parte da frenagem é realizada pelos freios dianteiros. Além disso, a adoção desse sistema mais simples e econômico é uma forma de adaptar seus modelos para a propulsão elétrica, reduzindo custos sem comprometer a eficiência.
A Mercedes-Benz deu mais um passo à frente com seu sistema de freios integrados à unidade motriz. No entanto, não se trata apenas de adaptar um freio tradicional a disco ou tambor para dentro do motor. A marca reinventou completamente o conceito de frenagem. No sistema apresentado em Stuttgart na semana passada, o disco é refrigerado a água e permanece estacionário, enquanto a pastilha de freio, que é circular, gira junto com o motor.
O sistema também não utiliza uma pinça tradicional. A desaceleração ocorre pressionando a pastilha circular contra o disco fixo. Segundo a Mercedes-Benz, o sistema não deve precisar de manutenção durante toda a vida útil do veículo, e toda a poeira gerada pelos freios é capturada em um compartimento fechado, que não necessita de esvaziamento.
A nova norma de emissões Euro 7 (EU7), que entrará em vigor em 2026, não se limita a regular as emissões de escapamento. Ela também considera as partículas geradas por pneus e freios. Assim, evitar que a poeira dos freios vá para o meio ambiente se tornará um tema ainda mais relevante na Europa nos próximos anos.
Isso parece ser uma grande mudança, mesmo em relação aos freios internos que já conhecemos. A Mercedes argumenta que há muitas vantagens além do fato de o sistema ser "praticamente livre de manutenção". Como o disco é resfriado a água, o desgaste do freio sob uso intenso não deve ser um problema. Ele também reduz o peso não suspenso, o que melhora o dirigibilidade.
Outra vantagem apresentada pelo fabricante é a possibilidade de equipar os veículos com rodas aerodinâmicas totalmente cobertas, o que ajudará a reduzir o coeficiente de arrasto dos veículos. O sistema também reduziria o ruído da frenagem, e os proprietários não se deparariam com discos de freio cobertos de ferrugem depois de não dirigirem seus carros por alguns dias.
Não achávamos que esse fosse um problema tão grande, mas a Mercedes-Benz nos disse que isso era especificamente algo sobre o qual recebia muitas reclamações. O engenheiro da marca que explicou como esse novo sistema de freios funciona disse que a remoção da pinça da roda dará aos projetistas ainda mais liberdade para criar rodas de aparência exclusiva, mas será difícil convencer os entusiastas de automóveis de que isso é uma vantagem. Vamos acompanhar.
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Mercedes-Benz inicia testes com caminhões elétricos no Brasil
GM ainda quer Cadillac no Brasil com inédito SUV elétrico de luxo
Mercedes-Benz mudará o nome dos veículos elétricos: adeus EQ
Volkswagen vai renovar a sua gama de carros elétricos até 2026
Novo Mercedes-Benz Classe S chega em 2030 e mata EQS
Stellantis deve lançar novos compactos elétricos até o fim da década
Mercedes-Benz atinge 20 concessionárias para carros elétricos no Brasil