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Mercedes-Benz trabalha em baterias para EVs com dois tipos de química

Graças a um inovador conversor de energia que pode ser integrado ao conjunto de baterias no nível da célula

Mercedes-Benz
  • A Mercedes-Benz está fazendo experiências com pacotes de baterias de múltiplas químicas que têm mais de um tipo de célula.
  • Um novo tipo de microconversor e a conexão das células da bateria em paralelo, e não em série, tornam isso possível.
  • Essa inovação melhorará o desempenho do conjunto de baterias, a modularidade e a eficiência de espaço.

Embora os detalhes sobre o novo CLA elétrico de eficiência impressionante tenham sido as notícias mais importantes que obtivemos em Stuttgart na semana passada, a Mercedes-Benz também nos deu uma ideia do que está preparando para o futuro. Entre as muitas inovações apresentadas no evento chamado Mercedes Future Experience, destacou-se um novo tipo de conversor de energia que oferece muito mais controle sobre uma bateria do que nunca.

Seu microconversor programável pode ser incorporado ao conjunto de baterias e controlado remotamente. Isso permite o gerenciamento de pares de células individuais, possibilitando um ajuste muito mais preciso da carga destinada a cada uma delas. Para que esse sistema funcione, as células precisam ser conectadas em paralelo, e não em série, o que abre novas possibilidades.

Por exemplo, um veículo com esse sistema poderia equilibrar a carga em suas células de maneira muito mais eficiente do que os carros elétricos atuais. Ele poderia detectar e isolar células danificadas sem comprometer todo o conjunto de baterias. Além disso, permitiria uma verificação significativamente mais precisa da integridade da bateria, identificando facilmente células problemáticas e analisando seus parâmetros individuais.

O microconversor

Esse novo tipo de microconversor tem a capacidade de manter a tensão total do conjunto de baterias constante, independentemente do estado de carga. Normalmente, essa tensão varia conforme o nível de carga.

A Mercedes-Benz explica: "Os resultados da pesquisa mostram que é possível fornecer uma potencia de alta tensão constante de 800 volts, independentemente do estado de carga e da saúde das células individuais." Além disso, a tensão de saída da bateria não depende mais da quantidade de células conectadas em série, mas é determinada exclusivamente pelo desempenho desejado e pela classe de capacidade.

Se essa tecnologia entrar em produção, poderá possibilitar pacotes de baterias significativamente mais modulares do que os atuais utilizados em veículos elétricos. Isso resultaria em um uso mais eficiente do espaço e ajudaria as montadoras a reduzir custos por meio de maior padronização e modularização, especialmente em larga escala.

Durante uma mesa-redonda com Markus Schäfer, diretor de tecnologia da Mercedes, foi questionada a possibilidade de utilizar diferentes químicas no mesmo pacote de baterias, como células LFP e NMC. Schäfer respondeu: "Sim, a ideia é exatamente essa: misturar e combinar." Ele confirmou que a integração de células LFP e NMC está nos planos da montadora, embora tenha destacado que essa inovação ainda se encontra nos estágios iniciais de testes, sem previsão de chegada a modelos de produção.

As baterias LFP (fosfato de ferro e lítio) apresentam vantagens como maior resistência ao carregamento rápido até 100%, menor degradação ao longo do tempo e melhor estabilidade térmica, além de serem mais econômicas. Já as baterias NMC (níquel, manganês e cobalto) oferecem maior densidade de energia, sendo ideais para veículos elétricos com maior alcance. Combinar essas duas químicas em um único conjunto de baterias permitiria aproveitar o melhor de cada tecnologia, otimizando o desempenho e a durabilidade dos veículos elétricos.

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