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Carlos Tavares renuncia ao cargo de CEO da Stellantis após divergências

Queda de receita e disputas estratégicas marcaram os últimos meses de Tavares

Stellantis Group CEO Carlos Tavares
Foto de: Leapmotor
  • O CEO da Stellantis, Carlos Tavares, renunciou ao cargo.
  • Um Comitê Executivo Interino, liderado pelo presidente do conselho, John Elkman, foi estabelecido.
  • O Conselho de Administração da empresa nomeará um novo CEO "no primeiro semestre de 2025".

Carlos Tavares renunciou repentinamente ao cargo de Diretor de Operações (Chief Operating Officer) da Stellantis, uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo. A decisão foi anunciada na noite de ontem, e o conselho de administração já aceitou a renúncia do executivo.

A Stellantis formou um Comitê Executivo Interino, que assumirá as funções de Tavares até que um novo CEO seja nomeado “no primeiro semestre de 2025”. O comitê é liderado por John Elkman, presidente do conselho de administração.

John_Elkann_Carlos_Tavares

Anteriormente, Tavares, que atua como CEO desde a criação da Stellantis em 2021, havia declarado que permaneceria no cargo até o fim de seu mandato, no início de 2026. Esses comentários foram feitos após a Stellantis reconhecer que estava buscando um sucessor para o executivo.

A Bloomberg relatou que a renúncia repentina de Tavares ocorreu após um desentendimento com o conselho sobre como reverter a queda nas vendas e a desvalorização das ações da empresa. No terceiro trimestre, a Stellantis reportou uma queda de 27% na receita e um declínio de 20% nos embarques globais. Na América do Norte, os números são ainda mais preocupantes, com uma redução de 36% nos embarques.

Parceria estratégica Stellantis-Leapmotor

Parceria estratégica Stellantis-Leapmotor

No início deste ano, a montadora anunciou que venderia sua vasta pista de testes no Arizona até o final do ano como uma medida de corte de custos. As vendas fracas também levaram a Stellantis a suspender a produção de vários modelos ao redor do mundo, incluindo o icônico Fiat Panda, o elétrico Fiat 500e, o Dodge Durango e o Jeep Grand Cherokee. Além disso, o lançamento da picape totalmente elétrica Ram 1500 REV e da Ram 1500 Ramcharger com autonomia estendida foi adiado.

A Maserati, marca mais cara do conglomerado, está registrando grandes prejuízos, enquanto a Alfa Romeo, um ícone da indústria automotiva italiana, enfrenta dificuldades para conquistar os consumidores americanos – o sedã Giulia foi o carro menos vendido nos Estados Unidos em setembro, de acordo com uma análise da CarEdge. A Chrysler, por sua vez, luta para se manter relevante com apenas um modelo em seu portfólio, a minivan Pacifica.

Shawn Fain, presidente do sindicato United Auto Workers, que já criticou Tavares anteriormente, afirmou que a decisão é “um grande passo na direção certa para uma empresa que tem sido mal administrada e para uma força de trabalho que foi negligenciada por tempo demais”.

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