Foi talvez uma das inovações mais esperadas de 2019: o e-208, com essa letra na frente que muda tudo. Com ela, de fato, o compacto francês se torna pela primeira vez um carro 100% elétrico. E, com autonomia de 340 km, o hatch pode superar sem problemas os limites da cidade.
O novo 208 marca um grande passo para a marca francesa em diversos pontos de vista. Porque, além da evolução de estilo e tecnologia, há a revolução elétrica, juntamente com a criação de um sistema de serviços de recarga para facilitar a vida de quem dirige com zero emissões.
Distinguir o Peugeot 208 elétricos dos irmãos a combustão não é das tarefas mais fáceis, a não ser que você o olhe de frente. É o focinho que revela a natureza elétrica do compacto francês, com a grande grade fechada e o leão cercado por um perfil azul, a cor da eletricidade na Peugeot. De resto, as diferenças não existem, como um sinal de que, na marca francesa, eles querem "normalizar" o máximo possível da eletricidade, sem conotá-la de maneira distinta no que diz respeito à estética.
O interior também é o mesmo, com linhas que seguem fielmente o conceito i-cockpit (volante pequeno e baixo, quadro de instrumentos e multimídia na parte superior), evoluindo em nome da digitalização completa. Um passo à frente é que a instrumentação digital adiciona também gráficos tridimensionais, que combinam efeito "uau" e praticidade. A Peugeot ainda não dispensou os plásticos rígidos (ainda estamos falando de um carro compacto), mas a montagem é cuidadosa, com uma impressão geral de solidez.
Para o motorista, o posto de condução é confortável, mas sem muito "ar" ao redor, o que nos obriga a lidar com (inicialmente estranho) i-cockpit. O volante deve ser mantido baixo, caso contrário você não poderá ver muito bem os instrumentos. No banco de trás viajam duas pessoas sem aperto, contanto que tenham até 1,80 m. Já o porta-malas fica na média da categoria, com 311 litros de capacidade.
Comprimento | 4,05 metros |
Largura | 1,74 metro |
Altura | 1,43 metro |
Peso | 1.455 kg |
Porta-malas | 311 litros |
O motor elétrico do Peugeot e-208 é montado no eixo dianteiro e nasce na fábrica de Tremy (França), onde será produzido em 120 mil unidades por ano para atender, além do pequeno leão, também o DS3 Crossback e-tense e o Opel Corsa-e. Um motor síncrono de ímã permanente é capaz de desenvolver 136 cv e 26,5 kgfm de torque, girando até 14.000 rpm. Ele leva o 208 de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos e a uma velocidade máxima (limitada) de 150 km/h.
Tipo | síncrono com ímã permanente |
Potência | 100 kW (136 cv) |
Torque | 260 Nm (26,5 kgfm) |
Baseado em uma plataforma completamente nova, chamada e-CMP, o novo Peugeot 208 elétrico tem baterias colocadas embaixo do piso, de modo a reduzir o centro de gravidade, com vantagens no prazer de dirigir. Uma bateria de íon de lítio de 50 kWh permite percorrer, de acordo com o padrão WLTP, 340 km com uma única carga. É uma autonomia muito mais do que suficiente para uma jornada clássica de casa para o escritório, e isso abre a possibilidade de passar um fim-de-semana fora, sem sofrer de ansiedade.
Tipo | íons de lítio |
Capacidade | 50 kWh |
Autonomia | 340 km |
O tempo de carregamento do Peugeot e-208 varia de um máximo de 16 horas, por meio de um soquete normal, até um mínimo de 30 minutos para atingir 80% de autonomia, desde que você se conecte a uma estação de 100 kW. Existem dois tipos diferentes de wallbox disponíveis: 7,4 kW monofásicos para 8 horas completas e 11 kW trifásicos e 5 horas e 15 minutos de tempo de espera.
Para facilitar a vida de seus clientes, a Peugeot desenvolveu um plano na Itália em conjunto com a Enel X com três pacotes diferentes: rua (para recarga em estações públicas), em casa (com instalação de wallbox em sua garagem) e a cobrança total, que integra as duas soluções. A recarga pode ser controlada e gerenciada remotamente através do aplicativo MyPeugeot, com funções dedicadas ao próprio 208 elétrico.
Recarregador a bordo | 7,4 kW |
Tempo de recarga com 7,4 kW | 8 horas (100%) |
Tempo de recarga com 100 kW | 30 minutos (80%) |
A primeira palavra que vem à mente após os quilômetros na companhia do 208 elétrico é "fluidez". Um termo que pode estar preso a qualquer carro elétrico, mas que no compacto francês encontra satisfação não apenas para a entrega de força do motor, mas para um trabalho harmonioso de todos os elementos que o compõem.
A aceleração é a clássica elétrica, com os 26,5 kgfm chegando imediatamente, sem nos esmagar contra o assento, mas dando aquela fluidez (precisamente) que nos faz sorrir e nos permite fugir do tráfego ou enfrentar as curvas com bom gosto. Para ajudar nisso, pensamos no centro de gravidade particularmente baixo por causa das baterias colocadas sob o chão. Sua presença eleva a agulha da balança para 1.455 kg, o que é quase 300 kg a mais que a versão a gasolina.
O 208 elétrico é brilhante, mas não exagera. Uma efervescência que sobe à superfície quando você coloca o seletor de modos de condução em "esporte" e, em seguida, o motor é pressionado de todas as maneiras, com todo o respeito à autonomia. Se, por outro lado, você desejar tirar o máximo proveito de suas baterias, viaje em Eco ou, no máximo, em Normal, aproveitando ao máximo a frenagem regenerativa.
No e-208, os níveis de frenagem regenerativa são dois: no primeiro, a desaceleração é semelhante à de um carro a gasolina; no segundo, é mais incisivo. Eu esperava até uma desaceleração mais forte, mas, como o 208 que dirigi ainda era um pré-série, algo pode mudar na versão final de produção.
Aceleração de 0 a 100 km/h | 8,1 segundos |
Velocidade máxima | 150 km/h |
O Peugeot 208 elétrico tem uma lista de preços que começa em 33.400 euros (cerca de R$ 150 mil) e chega a 38.200 euros na versão GT mais equipada (R$ 171.900). É um valor mais alto que o das versões a combustão, claro, mas não foge muito dos valores de modelos semelhantes no Brasil, como o Renault Zoe (R$ 149.990) e o Nissan Leaf (R$ 195.000)
Uma opção para quem acha que comprar um carro está fora de moda é o aluguel de longo prazo. Na Europa, está disponível com uma entrada de 3.500 euros (R$ 15.750) e mensais de 359 euros (R$ 1.615). A Peugeot diz que, para quem roda 15.000 km por ano, o elétrico já compensa seu maior custo em relação às versões combustão. Pelo que apuramos, o e-208 será vendido na América do Sul não muito depois do modelo convencional, que deverá chegar ao Brasil entre o fim de 2020 e o começo de 2021.
Fotos: divulgação
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