O novo Mustang Mach-E foi revelado ao mundo causando reações diversas pelo mundo. O InsideEVs Brasil, a convite da Ford do Brasil, viajou até Los Angeles para acompanhar a revelação mundial da novidade que marca o início de um novo capítulo na história da marca do oval azul.
A principal reclamação por parte de consumidores está relacionada ao nome. Mustang sempre foi um carro extremamente passional, que desperta os instinto de velocidade nas ruas e brilhou, em praticamente todas as suas gerações, nas telas de cinema.
O Mustang é um ícone. Um ícone americano, um ícone global. Provavelmente, dentro de todo o portfólio da Ford, é o produto de maior força e respeito. E como, fazendo jus à todo esse legado, criar um novo veículo que não é um cupê, não tem apenas duas esportivas, mas sim um SUV, quatro portas e elétrico? A resposta para essa pergunta tem um nome: Dave Pericak.
Pericak é o Diretor responsável pelos ícones da Ford. Isso mesmo, a Ford têm um departamento responsável por cuidar de seus ícones. Para que você entenda de quem estamos falando, Dave Pericak sempre cuidou da linha Mustang, mas nos últimos anos estava à frente de um grande projeto na divisão Ford Performance. O executivo foi responsável por todo o projeto do retorno do lendário Ford GT, aquele que voltou e venceu as 24 horas de Le Mans. Acho que você já entendeu o ponto que queria chegar.
O novo Mustang Mach-E é um carro familiar, elétrico, mas que obrigatoriamente tem que entregar as mesmas virtudes do Mustang cupê. Nunca terá a mesma gama de motores turbo, V6 e V8 do carro que se tornou clássico, mas nasce com a missão de atender os desejos de uma nova geração de consumidores. Provavelmente estamos falando dos nossos filhos pequenos, ou os filhos deles.
Durante as apresentações prévias feitas ao InsideEVs, conversamos com Pericak e tivemos a oportunidade de fazer um teste a bordo do Mach-E, ainda como passageiro, pois todas unidades eram protótipos. No hangar ao lado do local onde aconteciam os workshops, três unidades camufladas do novo Mach-E chegavam de mansinho (a apresentação aconteceria no dia seguinte). Logo aproveito para ocupar o banco do passageiro dianteiro. De cara observo o visual geral do acabamento, o funcionamento efetivo da grande tela de 15,5 polegadas, a leitura do painel de instrumentos. Os materiais ainda não eram os finais, e por isso o acabamento ainda estava com plástico cru. Me chamou a atenção a qualidade e conforto dos bancos, com excelente acomodação e que me deu a impressão de que poderia viajar por horas com tranquilidade.
Ao sair do aeroporto regional, local da apresentação, o motorista não vacila e piso fundo. A aceleração é visceral. O ganho de velocidade é impressionante, mesmo já esperando algo parecido por conta da entrega de torque imediata dos motores elétricos. Por vários quarteirões, aproveitando boas retas e semáforos verdes, a velocidade batia próximo a 100 milhas por hora (equivalente a 160 km/h), juntamente com uma forte frenagem. Aqui, foi possível ver como o Mach-E será divertido nas ruas ao entregar uma performance digna do Mustang cupê.
Após alguns minutos, retornamos ao aeroporto. Com pista livre, foi a vez de acompanhar de dentro do carro a aceleração de 0 a 100 km/h. Mesmo com quatro pessoas no carro, a sensação era de que o carro realmente precisa de menos de 5 segundos. A versão mais poderosa, batizada de GT, será capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 4 segundos – mais rápido que um Porsche Macan Turbo. Já o GT Performance Edition deve chegar aos 100 km/h em cerca de 3 segundos, mesmo tempo de um Porsche 911 GTS. Ambos os modelos GT terão uma potência estimada de 465 cv e torque de 84,6 kgfm.
Outro ponto de destaque do Mach-E está na suspensão. Ao passar em trechos de pavimento ruim e valetas, se mostrou bastante amigável ao filtrar de modo eficiente as imperfeições e desníveis. Dentro do aeroporto, um teste de slalom com velocidades entre 80 km/ e 100 km/h mostrou baixíssimo nível de inclinação da carroceria, fruto do bom acerto da suspensão McPherson na dianteira e Five Link na traseira com Magnetic Ride.
A Ford também trabalhou muito na elaboração de um som artificial para substituir o ronco do motor V8. Dentro do carro, o som gerado é gradativo e transmite a mesma sensação de um carro a combustão. É interessante para uma transição e também para se ter noção do ganho de velocidade. Se você não quiser, basta desativar.
No fim do teste, a sensação era de que estávamos saindo de um carro esportivo. O fato de ser um SUV e ter o centro de gravidade mais alto é um fato, mas mesmo assim será empolgante de se conduzir. É um novo mundo, uma nova era, e por se tratar de um elétrico, consegue manter o DNA esportivo que deu sucesso mundial ao nome Mustang.
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