Transformar um carro famoso por seu desempenho e dirigibilidade em um 100% elétrico não é uma tarefa fácil. Isso é ampliado quando pensamos no Mini Cooper S, hot hatch que tem fãs ao redor do mundo e, ao entrar nessa onda eletrificada, poderia ser um sucesso ou um total fracasso que o marcaria pelo resto de sua vida.
E aqui está o Mini Cooper SE, que desembarca no Brasil em três versões e preços entre R$ 239.990 e R$ 269.990, como a chamada Top Collection, que tivemos este primeiro contato. Não é o elétrico mais barato do nosso mercado, mas é o modelo de uma marca premium 100% elétrico mais acessível e que realmente deve fazer sentido neste processo de eletrificação.
O Mini Cooper SE passa praticamente despercebido entre outros Mini Cooper. Tem a reestilização feita em toda a linha recentemente e, para o identificar, apenas pelo logo S em verde e a marca que identifica os modelos elétricos e eletrificados da marca, além da tampa de reabastecimento com o E em destaque. Na Top Collection, as rodas acabam chamando mais atenção que o restante, com um design diferente, assim como o teto em 3 cores (um opcional) e as faixas na parte baixa das laterais e no capô.
Nem mesmo a parte estrutural muda muito do SE para os demais Cooper. A engenharia mudou pouco a estrutura da plataforma UKL1 para encaixar todos os componentes da motorização elétrica. Sob o capô, sai o motor a combustão e entra o mesmo motor elétrico que está no BMW i3s, com 184 cv e 27,5 kgfm de torque, além de inversores e o câmbio com marcha única e ré. É um sistema relativamente simples, todo colocado em uma estrutura tubular de alumínio.
As baterias, com capacidade útil de 28,9 kWh, estão distribuídas pelo túnel central, onde passaria o sistema de escapamento, e abaixo do banco traseiro, onde estaria o tanque de combustível. É uma solução que evitou tirar espaço do Cooper, que manteve praticamente todas as suas medidas intocadas, menos a altura, 18 mm mais alta para proteger as baterias de impactos no solo. Curioso é que o SE é apenas 190 kg mais pesado que o Cooper S, um número baixo comparado com outros elétricos.
No demais, a parte mais legal do Cooper SE: é como um Cooper S. Suspensão foi recalibrada para a mudança de peso, mas segue firme como no modelo tradicional, assim como a direção elétrica é bem direta. Até mesmo os freios são bons para um EV e ele mantém os mesmos modos de condução: Sport, Mid e Green, com a adição do Green+ e do seletor de regeneração de baterias, alta ou baixa.
Não é fácil transformar um Mini Cooper. Sempre reconhecido por sua esportividade e estilo, não adiantaria nada o transformar em um EV e apagar tudo isso. Em nosso rápido contato com o Mini Cooper SE, focamos no uso urbano, como a marca britânica sugere que será o principal uso, mas sem perder a chance de aproveitá-lo um pouco na dinâmica.
Por dentro, é como entrar em qualquer outro Cooper. Bancos, volante, painel de instrumentos totalmente digital, sistema multimídia, freio de estacionamento elétrico e até mesmo a alavanca de câmbio. A não ser pela ausência do ronco do escapamento, substituído por um som desenvolvido por Hans Zimmer (não sabe quem é? Vale uma busca) saindo de alto-falantes externos em baixas velocidades como alerta aos pedestres, é tudo bem familiar.
Ao volante, a mesma coisa. O torque imediato, a suspensão bem firme e a direção direta lembram o Cooper S com a vantagem de uma maior agilidade nas saídas. O controle de tração entra nas arrancadas mais fortes e, segundo a Mini, o 0 a 100 km/h é feito em apenas 7,3 segundos - algo que iremos comprovar com um teste completo em breve. A velocidade máxima é limitada a 150 km/h, mas é o suficiente para a proposta do hot hatch elétrico.
Até mesmo os freios, que em veículos elétricos tem uma sensação de pedal bastante artificial, no Cooper SE é bem próxima da sensação dos modelos a combustão, uma boa evolução. Ele ainda pode ter 2 níveis de regeneração de baterias: na baixa, quase não há interferência, enquanto na alta é possível dirigir pelo modo "one pedal" e regenerar mais as cargas das baterias nas desacelerações.
O Mini Cooper SE chega ao Brasil com preços entre R$ 239.990 e R$ 269.990. Entre os itens de série, sempre o ar-condicionado de 2 zonas, teto-solar duplo, rodas de 17", faróis fullLED adaptativos, painel digital de 5", central multimídia com tela de 8,8" e Apple CarPlay sem fio, sensores e câmera de ré. Nas primeiras unidades, wallbox incluso (sem a instalação).
O Mini Cooper SE TOP custa R$ 264.990 e já adiciona assistentes de faixa, chave presencial, sistema de som Harman/Kardon, head-up display e outros itens de acabamento. A TOP collection, como conhecemos, custa R$ 269.990 e adiciona as cores Azul Island e Cinza Rooftop, teto em 3 cores, interior com tecido exclusivo e gráficos externos.
E os motivos para o Mini Cooper SE fazer sentido é que o público que está olhando para o mercado de elétricos, quando falamos em pessoa física, aponta bastante para as marcas premium. Enquanto Audi e a BMW, por exemplo, se colocam acima dos R$ 300.000, a Mini conquistou um público diferente do comum com o Cooper SE. Entre as marcas generalistas, temos o Renault Zoe (de R$ 204.990 a R$ 219.990), Chevrolet Bolt (R$ 270.170), Nissan Leaf (R$ 277.990) e as chinesas, como a JAC e a Caoa Chery.
Segundo a Mini, o Cooper SE surpreendeu durante a pré-venda e trouxe um público que até então não era cliente da marca. Muito se aprendeu com o Countryman SE, o SUV híbrido plug-in, e esperam mais ainda do hot hatch e seu charme britânico, agora (também) 100% elétrico.
Fotos: Mario Villaescusa (para o InsideEVs/Motor1.com Brasil)
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Mini Cooper SE Top Collection
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