Nossos amigos do InsideEVs EUA foram os primeiros a ficar ao volante do novo Mustang Mach-E GT e GT Performance no evento da Ford realizado recentemente em São Francisco, onde ficaram com a impressão de que isso representa só o começo dos planos da Ford para atualizar continuamente seu SUV elétrico inspirado no clássico esportivo.
O Mustang Mach-E da Ford tem sido um sucesso de vendas para a marca até agora, com a venda de 18.855 unidades nos EUA até setembro. Isso coloca o Mach-E na segunda colocação entre os SUVs elétricos, ficando atrás apenas do Tesla Model Y. O acréscimo das versões Mach-E GT e GT Performance ajudará a Ford a manter sua liderança de vendas sobre o Volkswagen ID.4? Essa é uma das perguntas que nos propusemos a responder em nossa experiência com este novo Mach-E GT.
Ford Mustang Mach-E GT & GT Performance 2021 | |
Motor: | Duplo síncrono de ímã permanente |
Saída: |
Mach-E GT: 486 cv e 82,9 kgfm de torque GT Performance: 486 cv e 87,6 kgfm de torque |
Gama: |
Mach-E GT: EPA (est) 434 km GT Performance: EPA (est) 418 km |
0-60-mph: |
Mach-E GT: 3,8 segundos GT Performance: 3,5 segundos |
Preço base: |
Mach-E GT: US$ 59.900 GT Performance: US$ 64.900 |
Embora você tenha que ser um entusiasta do Mach-E para notar as diferenças visuais sutis nas novas versões GT, elas estarão lá se você reparar bem. Vamos começar com as cores. A Ford trouxe de volta o Grabber Blue, que foi oferecido exclusivamente no Mach-E de primeira edição e também adicionou um novo Cyber Orange Metallic, que em nossa opinião, é lindo.
Ambas as versões do Mach-E GT recebem um novo design para a área da falsa grade que a Ford chama de grade Carbonized Gray, e as partes inferiores do painel dianteiro e traseiro foram redesenhadas. Além disso, a identificação do cavalo dianteiro na Carbonized Gray é iluminado.
O GT ganha novos assentos de contornos esportivos e o GT Performance ganha assentos ainda melhores com reforço lateral agressivo e suportes na altura do ombro. Os bancos do GT são confortáveis e de bom apoio, mas os bancos no GT Performance conseguem superar e manter o motorista firmemente no lugar durante uma condução mais agressiva. Há também um "GT" estampado no apoio de braço central, soleiras da porta dianteira de alumínio, sistema de som Bang & Olufsen de 9 alto-falantes e alguns outros pequenos detalhes internos, mas os assentos e o sistema de som atualizados são as diferenças internas mais notáveis.
A "Grade Carbonizada" do Mach-E GT em comparação com o painel frontal do Mach-E regular
Primeiro para comparação, o Mach-E de tração integral e longo alcance entrega 350 cv e 59,1 kgfm de torque. O Mach-E GT tem 486 cv e 82,9 kgfm de torque, o GT Performance tem a mesma potência, mas um adicional de 4,7 kgfm de torque, alcançado exclusivamente através de melhorias de software.
A maior parte da potência extra e torque vem de um motor dianteiro mais potente. O motor traseiro do GT e GT Performance é o mesmo dos demais Mach-E; já o motor dianteiro é o que foi atualizado. Ao contrário das versões anteriores do Mach-E, todos os Mach-E GT são de tração integral com a bateria de 98,8 kWh de alcance estendido; não há opções de bateria de alcance padrão ou tração traseira.
Como você pode ver na tabela abaixo, o aumento de potência é substancial, e isso é refletido em um tempo muito melhor no 0-60 (0 a 96 km/h). Tanto o GT quanto o GT Performance vêm com rodas mais largas de 20" (embora cada uma tenha seu próprio design) e pneus R25/45 R20, o que também é um upgrade considerável das rodas de série do Mach-E com 19" e pneus 225/55 R19.
Os pneus sempre foram um ponto fraco para o Mach-E no que diz respeito a ultrapassar os limites com uma condução mais agressiva, por isso ficamos felizes em ver ambas as versões do GT recebendo atualizações sérias.
Mach-E Ext Range, AWD | Mach-E GT | Mach-E GT Performance | |
Cavalo-vapor: | 350 cv | 486 cv | 486 cv |
Torque: | 59,1 kgfm | 82,9 kgfm | 87,6 kgfm |
0-60-mph: | 4,8 segundos | 3,8 segundos | 3,5 segundos |
Preço base: | US$ 55.800 | US$ 59.900 | US$ 64.900 |
Intervalo EPA: | 434 km | 434 km | 418 km |
A Ford usa pneus Continental all season no GT, e poderia se esperar uma resistência extra ao rolamento combinada com a potência adicional para derrubar o alcance EPA de 434 km (alcance do Mach-E, AWD), mas isso não acontece. O GT Performance usa pneus de verão ainda mais aderentes da Pirelli, e esses vão baixar o alcance estimado EPA em apenas 10 milhas (16 km) para 418 km, de acordo com a Ford.
A Ford também atualizou os freios e deu ao GT pinças de freio de desempenho pintadas de vermelho com discos dianteiros ventilados de 385 mm e discos traseiros sólidos de 316 mm. O GT Performance recebe discos dianteiros de 385 mm com pinças Brembo avermelhadas e pinças traseiras convencionais.
O GT Performance também recebe o sistema de amortecimento MagneRide da Ford, e somos capazes de afirmar que o sistema faz uma enorme diferença. Além do test drive de aproximadamente 80 km na estrada, a Ford montou uma pista de autocross em um estacionamento para nos divertirmos com um Mach-E GT Performance e testar a suspensão MagneRide.
A potência extra, combinada com os pneus melhores e amortecedores avançados transforma o SUV chamado Mustang para uma excelente performance, ao menos até atingir seu limite de temperatura. E infelizmente, isso não é muito difícil de acontecer. O que nos leva ao próximo recurso adicional, o chamado Unbridled Extend mode, algo como modo desenfreado em uma tradução simples.
Um dos desafios que os veículos elétricos enfrentam é quando são levados ao limite, as baterias, motores e componentes eletrônicos de energia aquecem demais. Quando isso acontece, a fim de proteger os componentes, o veículo limitará a potência e reduzirá a quantidade de força de frenagem regenerativa que recebe, tudo em um esforço para tentar esfriar as coisas.
Quando o Mach-E foi acelerado pela primeira vez, notamos que quando conduzido no limite por um tempo prolongado, você poderia facilmente atingir o limite térmico do veículo e entrar em um modo de energia reduzido. A Ford também sabe disso, então começou a trabalhar em uma solução que permitiria aos proprietários do Mach-E GT extrair mais de seus veículos antes de encarar essa limitação. Eles chamaram a solução de modo Unbridled Extend.
Quando o Mach-E GT estiver no modo de condução Unbridled, o motorista pode então selecionar para ativar o modo Unbridled Extend, que reduzirá a força de frenagem regenerativa e reduzirá ligeiramente a quantidade de energia enviada aos motores. Unbridled Extend não torna o veículo mais rápido, na verdade só o limita um pouco, mas ao fazê-lo supõe se que permita ao motorista ter mais tempo na pista antes que o veículo superaqueça e entre em modo de potência reduzida.
No entanto, na hora de ir para a pista, fomos orientados a fazer apenas duas voltas quentes e, em seguida, fazer uma volta de resfriamento antes de entregar o carro para o próximo piloto. Eles, então, fariam uma volta lenta para conhecer a pista antes de fazer duas voltas rápidas. Além disso, havia dois carros, então cada carro ainda tinha 5 minutos ou mais entre as corridas para se refrigerar. Eu pessoalmente acredito na última opção.
Eu aprecio o fato de que a Ford esteja lidando com esta questão, mesmo que a maioria dos proprietários de Mach-E raramente, ou talvez nunca, atinjam o limite térmico do veículo. Você realmente precisa dirigir o veículo com força, ou em alta velocidade (mais de 160 km/h) por um certo tempo. No entanto, o Mach-E é um Mustang - pelo menos é o que Ford nos diz, e com o nome Mustang vem algumas obrigações. Uma delas é ter a capacidade de funcionar em alto nível por períodos prolongados de tempo para atividades em uma pista.
Só porque o Mustang Mach-E é um utilitário esportivo não significa que não se espera que ele seja um carro de performance. Se fosse esse o caso, não deveria ter recebido esse nome. Unbridled Extend é um bom começo e estamos satisfeitos que a Ford tenha assumido o desafio de reduzir a limitação térmica, mas eles ainda têm algum trabalho a finalizar - precisa funcionar ainda melhor do que atualmente. Se eu puder superaquecer o Mach-E GT Performance em menos de 5 minutos de tempo de pista, então não é um bom carro de pista, a menos que tudo o que você queira sejam corridas curtas de uma volta.
Também soubemos que a Ford em breve fará duas melhorias importantes para todos os Mustang Mach-E através de atualizações de software remotas (OTA). Primeiro, eles aumentarão a capacidade de bateria utilizável na bateria de longo alcance de 88 kWh para 91 kWh. A abertura dos 3 kWh extras adicionará cerca de 20 km de alcance aos veículos. A Ford diz que está confiante de que permitir que os clientes acessem a capacidade adicional não contribuirá para uma degradação mais rápida da bateria.
Em segundo lugar, eles vão melhorar a curva de carregamento rápido DC. Já reportamos anteriormente que, enquanto carregamos em um Carregador Rápido DC, a taxa de carga do Mach-E cai para sua velocidade de carregamento nível 2 de 11 kW quando o estado de carga atinge 80%. A taxa de carregamento de todos os veículos elétricos diminui à medida que o estado de carga aumenta e geralmente depois de 80% cai ainda mais.
No entanto, a taxa de carregamento do Mach-E depois de 80% é a pior que já vimos, então é bom saber que a Ford irá melhorá-la. Fomos informados de que uma vez instalado o novo software de carregamento, o veículo manterá uma taxa de carga relativamente alta até 90% de SOC, momento em que irá diminuir consideravelmente.
BlueCruise, a condução mãos-livres dos sistemas de assitência ao motorista Ford já está disponível no Mach-E GT e GT Performance. É um opcional de US$ 1.900 (R$ 10.700) e vem com o pacote Co-pilot360 Active 2.0. O BlueCruise pode ser ativado em rodovias que foram mapeadas, que atualmente inclui mais de 160.000 quilômetros de rodovias mapeadas que a Ford chama de "Hands-Free Blue Zones".
Consegui ativar o BlueCruise e funcionou muito bem nos trechos da rodovia que permitem que ele seja habilitado. No entanto, nem todos os trechos das rodovias em que passamos eram "Hands-Free Blue Zones", então o sistema não pôde ser ativado para todo o meu trajeto.
Até que todas as estradas tenham o mapeamento preciso concluído, é difícil ficar muito animado com o BlueCruise e outros sistemas ADAS como o SuperCruise da GM que dependem do mapeamento, porque você não pode simplesmente ativá-lo e usá-lo sem verificar se ele vai funcionar nas rotas que você precisa. A questão é que ele realmente precisa funcionar quando você quer, não apenas quando ele diz que pode.
Unbridled Extend mode, não obstante, o Mach-E GT e GT Performance são atualizações sérias de desempenho em comparação com as versões "normais" do Mach-E. Com um preço base de US$ 59.900 (R$ 334.800), é apenas um acréscimo de US$ 4.100 (R$ 22.900) sobre a linha Mach-E de tração integral e autonomia estendida. Contanto que esteja dentro do seu orçamento, isso o torna uma escolha fácil em nossa opinião. Aceleração - realmente é tão rápido quanto o GT Performance e a melhor combinação de pneu e roda melhoram a tocada, mesmo sem o sistema de amortecimento atualizado.
Por um adicional de US$ 5.000 (preço total de US$ 64.900 / R$ 362.800) você pode comprar o GT Performance com a suspensão MagneRide, rodas diferentes e pneus mais aderentes, mas você também perde muito mais autonomia por conta desses pneus. Se você não pretende levar seu carro para a pista, eu pessoalmente acho que o GT é a escolha mais certa. Mas se o desempenho superior é a sua prioridade e dinheiro não é problema, o GT Performance é provavelmente o melhor Mustang que já dirigi e também o mais rápido.
Bom, já faz um tempo que a Ford fala em trazer o Mustang Mach-E ao Brasil e há poucos dias nós recebemos o flagra do SUV elétrico rodando em São Paulo (SP) 'limpinho', sem disfarce algum. Coincidentemente, o modelo flagrado era da versão GT Performance, o modelo desta matéria testado por nossos colegas do InsideEVs EUA.
Anúncio oficial da Ford ainda não temos, mas é quase certo que o Mustang Mach-E será lançado por aqui em algum momento de 2022, e provavelmente deve chegar primeiro nesta versão de alto desempenho. Ainda é cedo pra falar de preços, mas acreditamos que o SUV elétrico nestas versões mais bravas chegue custando entre R$ 550.000 e R$ 600.000. A conferir.
*Nota: No vídeo, cito os números estimados da gama EPA que a Ford nos forneceu no evento da primeira unidade que foram inferiores aos números oficiais da agência norte-americana EPA.
Fonte: State of Charge
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