A Yamaha tem ideias claras quando se trata de mobilidade e passou rapidamente das palavras às ações: depois de apresentar o plano Switch ON, que ditará a eletrificação da linha, a marca japonesa faz sua estreia na mobilidade elétrica com a nova linha Yamaha Neo's, uma scooter elétrica urbana com porte e proposta similar às conhecidas 50cc que nosso time InsideEVs Itália teve o primeiro contato.
É um nome é bem conhecido, já que a Neo's foi vendida por 25 anos na Europa. Mas agora o conteúdo é completamente novo e estabelece as bases para o futuro, de acordo com a empresa japonesa. O objetivo, compartilhado com outras grandes marcas, de chegar a baterias substituíveis ainda não está completo, mas a trajetória segue a passos largos a partir do conceito de mobilidade urbana da Yamaha Neo's, totalmente elétrica.
As novas Yamaha Neo's emprestam alguns elementos de seus antepassados: desde sua estreia em 1997, a frente de distinguia pelo duplo farol redondo e as formas arredondadas, o que lhe valeu o apelido, agora anacrônico, de "scooter unissex". Um design que evoluiu mas não mudou, uma vez que o farol duplo na versão Full-Led ainda se destaca e as formas permaneceram redondas e sinuosas. É evidente que o visual ficou mais geométrico e a traseira fica à mostra, com o grande assento que se destaca e a tela LCD com conectividade que é um dos destaques no guidão.
As dimensões principais cresceram em comparação com seus ancestrais: as rodas são de 13" com encaixe 110/70 na frente e 130/70 na traseira, o sistema de freio agora tem um disco de 200 mm e a distância entre eixos também cresceu, passando para os 1.305 mm. Um "alongamento" limitado, considerando que estamos falando de uma scooter elétrica, graças à nova estrutura e à escolha do compartimento da bateria de íons de lítio na parte inferior do assento.
A capacidade da bateria é de 1 kWh. Com um consumo WMTC de 0,03 kWh/km, pesa 8 kg, proporciona um alcance de 37 km em 8 horas de recarga de 0-100% e pode ser complementado por uma segunda unidade de igual tamanho como opção. O motor sem escovas, por outro lado, está localizado na roda traseira, atua como um cubo e integra o sistema de frenagem.
Com 3,4 cv de potência máxima e um torque máximo de 13,8 kgfm, a unidade sem escovas garante uma velocidade máxima de perto de 50 km/h e tem dois modos de pilotagem: STD e ECO, o que reduz a potência e a velocidade máxima.
O que é surpreendente, entretanto, são as proporções da nova Yamaha Neo: além da distância entre eixos, é o espaço que remete esta scooter elétrica à antiga Endothermic dos anos 50 e a distingue dos concorrentes urbanos de hoje. O compartimento inferior tem capacidade de 27 litros, suficiente para um capacete a jato, e mesmo com a segunda bateria instalada há espaço suficiente para uma pequena mochila e itens adicionais.
O apoio para os pés é particularmente largo, projetado para levar uma mochila em vez de um sacola de supermercado, e as aberturas laterais da carenagem permitem muito mais espaço para as pernas do que você pode imaginar. Mesmo o garupa tem um bom espaço reservado no banco e o piloto dificilmente sentirá falta de espaço para sentar.
Em movimento, a Yamaha Neo's difere de seus rivais do segmento: pilotando de forma correta não há solavancos bruscos, mas uma entrega bastante equilibrada, um comportamento suave, sem a sensação de freio-motor persistente, o que também se reflete na frenagem, particularmente suave, nunca invasiva e com função regenerativa. Resumindo, à prova de iniciantes. O garfo e o amortecedor, respectivamente com um curso de 90 e 80 mm, fazem o que podem em termos de conforto e maciez, mas cobram o preço quando se passa sobre os paralelepípedos ou superfícies mais irregulares.
As rodas de 13 polegadas, por outro lado, fazem a diferença, garantindo o comportamento dinâmico de uma scooter madura, e junto com a excelente distribuição de peso tornam os 98 kg da Neo's (106 para nós que a testamos com a bateria dupla) praticamente imperceptíveis mesmo partindo da imobilidade ou em velocidades usuais de cruzeiro.
Os dados estimados revelaram-se bem próximos da realidade: a Neo's entrou no modo Tartaruga, que minimiza o desempenho quando a bateria cai abaixo de 20% após quase 30 quilômetros de condução. Com a bateria dupla, basta desligar e ligar novamente a scooter para mudar para a segunda unidade - é moleza. Se esta é a estreia em um mundo totalmente novo para a marca dos 3 diapasões, você pode apostar que o logotipo da Yamaha não terá nenhum problema para avançar rumo à liderança.
Outro ponto-chave do projeto Neo foi a acústica: usando o antigo know-how da Yamaha Music, os engenheiros de Iwata conseguiram manter o ruído de viagem da scooter a 55 dB. Para isso, trabalharam no motor, mas também no desenvolvimento de pneus de baixa resistência ao rolamento junto com a Maxxis.
A razão não é puro orgulho, mas sim perspectiva: cada vez mais cidades estão lutando contra as emissões em várias frentes, CO2 e a poluição sonora, e a Yamaha Neo's está pronta para o desafio também.
Yamaha Neo's estará disponível na Europa a partir deste mês nas cores Branco-Lactea e Black Midnight com preço sugerido a partir de 3.199 euros, ou R$ 16.700 em uma conversão direta. É um valor pouco superior ao cobrado por uma Voltz EV1 Sport, por exemplo, mas o modelo brasileiro é mais potente e tem mais autonomia. Os preços dos acessórios para a scooter Yamaha, incluindo a segunda bateria opcional, ainda não foram divulgados.
Yamaha Neo's
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