Em um movimento que se tornará cada vez mais frequente, as restrições para as vendas de carros a combustão vão ganhando espaço em diferentes mercados. Depois do Reino Unido e do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, anunciarem novas regras nesse sentido, agora pode ser a vez do Japão, que discute a possibilidade de proibir os carros a gasolina e a diesel em algum momento da década de 2030.   

De acordo com a matéria publicada pela agência Reuters, o Ministério da Economia, Comércio e Indústria deve anunciar as novas diretrizes após uma reunião com as partes interessadas da indústria automotiva em 10 de dezembro. O encontro discutirá tópicos específicos, como a suspensão da venda de novos veículos a gasolina e a criação de uma estrutura para popularizar os veículos híbridos e 100% elétricos.

Galeria: Honda Insight 2021 (Japão)

Nesse movimento, o chefe de operações da Nissan Motor Co, Ashwani Gupta, disse à Reuters que a montadora está disposta a reagir à decisão do Reino Unido, de acelerar uma data de substituição dos veículos a gasolina e diesel para 2030, por isso ser parte de uma tendência global.

Foi relatado ainda que o governo japonês estabeleceu uma meta de reduzir a proporção de veículos a gasolina nas vendas de carros novos para 30% a 50% em no máximo 30 anos, mas ainda não definiu quando as vendas serão proibidas. Esta série de medidas visa atingir a meta do governo de zero emissões de gases de efeito estufa até 2050.

Os dados mostram que o número de carros novos (automóveis de passageiros) vendidos no Japão em 2019 foi de 4,3 milhões. Destes, cerca de 60% (2,61 milhões de veículos) são veículos a gasolina e diesel. Os 30% restantes são veículos híbridos, enquanto os veículos elétricos puros, mais eficazes no aquecimento global, são apenas cerca de 0,5%. 

Isso ocorre porque no mercado japonês ainda existem problemas relacionados à implantação e manutenção de estações de carregamento para carros elétricos que precisam ser solucionados. Por outro lado, as montadoras japonesas, como a Toyota e a Honda, ainda dão prioridade ao lançamento de modelos híbridos como seus veículos ecologicamente corretos. 

Como dissemos, essas restrições são um movimento global que estão sendo discutidas em vários mercados. Além dos países citados, a China, o maior mercado do mundo, também discute como fará a transição elétrica e também o Brasil, que já possui um projeto que estipula a proibição da venda de carros à combustão em andamento no Congresso. 

Fonte: Reuters / Agência Brasil

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