Esqueça os créditos fiscais e outros subsídios: a proibição de carros a combustão é muito mais eficaz do que dar às pessoas créditos para comprar carros elétricos. Isso é o que Håkan Samuelsson disse no FT Live: Future of the Car Digital Conference. Para o CEO da Volvo, se os carros elétricos são o futuro do transporte pessoal, estabelecer um prazo para as vendas de veículos com motor de combustão interna ajuda as empresas a se planejarem melhor para os veículos elétricos - e promover a sua adoção pelos clientes.
Samuelsson disse que os incentivos não ajudam na construção de negócios sustentáveis e lucrativos. Quando os créditos de carbono e subsídios terminarem, o que resta é o que manterá essas empresas funcionando.
Considerando que a indústria automotiva trabalha com produtos de longa duração - que começam a ser desenvolvidos agora para serem comercializados em três a quatro anos - ter regras claras sobre se haverá mercado para eles no futuro permite o planejamento adequado.
Quem vende um produto que dentro de alguns anos não será legal sabe que deve encontrar outras soluções. Para a Volvo, os carros elétricos e híbridos plug-in são a resposta às restrições dos carros com motor a combustão.
Em 2025, a montadora sueca espera que 50% de suas vendas sejam de PHEVs e a outra metade de 100% elétricos. De acordo com Samuelsson, o mercado de carros premium será elétrico muito em breve, e a Volvo pretende liderar essa mudança.
A Volvo pode estar entre os fabricantes sortudos que não precisam se preocupar com a consolidação automotiva. Na mesma conferência, Alex Hitzinger disse que a complexidade envolvendo carros elétricos - especialmente no que se refere a software - levará muitas montadoras a unir forças ou falir.
Ainda no evento FT Live, Samuelsson disse que a fusão da Volvo com a Geely estaria de volta à mesa no primeiro trimestre de 2021. A Volvo já pertence à Geely, então não está muito claro quais seriam os benefícios da fusão das duas empresas.
De qualquer forma, essa seria uma consolidação esperada. Um movimento surpreendente seria a fusão da Geely com a Daimler, por exemplo. A empresa chinesa já possui 9,69 por cento das ações da empresa alemã. Precisamos ver como a Mercedes-Benz irá abraçar a mobilidade elétrica em seus produtos futuros.
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