Em um movimento que representa o maior investimento já feito pela BMW na Argentina, o grupo alemão anuncia o fechamento de um acordo para que o país vizinho forneça lítio para a produção de baterias para os carros elétricos da marca a partir de 2022.
De acordo com o comunicado oficial da BMW, a extração de lítio, crucial para a produção de baterias, será realizada pela empresa norte-americana Livent, uma das líderes globais no segmento e que atendeu aos requisitos de sustentabilidade impostos pelo grupo alemão.
"O lítio é uma das principais matérias-primas para a eletromobilidade. Ao adquirir lítio de um segundo fornecedor, estamos garantindo os requisitos para a produção de nossa atual quinta geração de células de bateria. Ao mesmo tempo, estamos nos tornando tecnologicamente, geograficamente e geopoliticamente menos dependentes de fornecedores individuais", disse o Dr. Andreas Wendt, membro do Conselho de Administração da BMW AG responsável por Compras e Rede de Fornecedores.
Após assinar um contrato de extração em termos semelhantes na Austrália em 2019, a BMW agora anuncia um investimento de US$ 300 milhões na Argentina. A Livent irá extrair lítio do Salar del Hombre Muerto, localizado em Catamarca, no norte da país, por método próprio que é declarado sustentável. Além disso, a empresa norte-americana irá contribuir com dados importantes para o estudo de mineração de lítio sustentável iniciado pelo BMW Group.
"A América Latina em geral e a Argentina em particular ocupam um lugar estratégico no desenvolvimento da mobilidade elétrica para o BMW Group. Na região, os veículos híbridos e elétricos já representam 10% das nossas vendas totais; Da mesma forma, desenvolvemos iniciativas importantes com foco em infraestrutura, como os corredores de eletricidade no México e no Brasil. A Argentina, especificamente, ocupa um lugar privilegiado no fornecimento do lítio de que precisamos para atingir os objetivos que o BMW Group se propôs nos próximos anos", comentou o Dr. Alexander A. Wehr, presidente e CEO do BMW Group América Latina.
Considerando que a região da fronteira entre Argentina, Bolívia e Chile abriga cerca de metade das reservas de lítio disponíveis no mundo, a BMW também encomendou uma análise científica do uso da água em diferentes métodos de extração de lítio na América do Sul. Realizado pela University of Alaska Anchorage e pela University of Massachusetts Amherst, o estudo investigará o impacto da extração de lítio nos recursos hídricos locais e nos ecossistemas circundantes.
Essa pesquisa irá proporcionar às empresas uma base científica para a tomada de decisões sobre a mineração sustentável de lítio na América Latina. Os resultados do estudo estarão disponíveis no primeiro trimestre de 2022.
O investimento é parte do ambicioso plano de transição energética da BMW, que pretende acelerar a conversão à mobilidade elétrica nos anos seguintes. A partir de 2025, a BMW terá uma nova plataforma para carros elétricos e espera que até 2030 ao menos metade das vendas da empresa seja de veículos totalmente elétricos.
No Brasil, o mercado de extração de lítio era relativamente pequeno até poucos anos atrás, mas recentemente o país vem passando por uma forte ampliação que deve posicioná-lo como um exportador mundial. Isso somado ao fato de sermos também ser um gigante mundial na produção de níquel, outro componente essencial para os acumuladores de energia, que pode colocar o Brasil, assim como o vizinho, no mapa global da produção de baterias.
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