Com o crescimento das vendas de carros elétricos e híbridos no Brasil, começam a surgir novas demandas referentes a esses veículos. Por conta disso, o mercado nacional já se prepara para um aumento na procura da blindagem para veículos eletrificados.
Neste novo cenário, muitos consumidores já se questionam se há diferenças no serviço e no resultado final de blindagem de um carro eletrificado em relação ao tradicional? A resposta é sim, segundo Marcelo Fonseca, líder de vendas do segmento de Defesa da DuPont para a América Latina:
"A blindagem de veículos elétricos e híbridos exige maior atenção e especialização no quesito de segurança do serviço, uma vez que a carga elétrica das baterias é muita alta e pode gerar até risco de danos físicos aos operadores", afirma o executivo.
"O bom domínio da técnica evita incorrer também em danos materiais, pois descargas elétricas podem causar danos aos sistemas eletrônicos dos veículos durante a operação, o que requer técnica ainda mais apurada e mão de obra ainda mais capacitada", completa Fonseca.
Uma diferença crucial na hora de realizar o serviço é que a blindagem exige a desenergização do veículo, que chega à blindadora sobre patins, empurrado por operadores. Após a conclusão do serviço, técnicos reenergizam o carro na própria concessionária, onde ele é testado. "Em relação ao tempo de serviço, haverá um aumento de aproximadamente um terço a metade do lead time regular", diz Fonseca.
Considerando o ganho de peso dos carros elétricos e híbridos por conta das baterias, eles têm partes a serem blindadas com materiais diferentes (alumínio, fibra de carbono e fibra de vidro) - todo o serviço exige tecnologia e cuidados diferenciados.
"A adoção de materiais mais leves no projeto é uma tendência para compensar aumento de peso proporcionado pelas baterias, portanto, a blindagem vai minimizar o uso do aço e usar materiais mais leves para maximizar a eficácia do transporte e não sobrecarregar sistemas de freios nem comprometer o prazer ao dirigir com eventuais sobrepesos", afirma o especialista.
Por conta do uso de materiais diferenciados e nível de exigência técnica mais alto, além do maior tempo de serviço, a blindagem de veículos elétricos acaba tendo um custo maior para uma proteção balística tão segura quanto a de um veículo comum e isso acaba sendo repassado para o preço.
Mas o executivo entende que com a popularização dos carros eletrificados e aumento de escala esse custo tende a ser reduzido no futuro: "muitíssimo em breve elétricos e híbridos deixarão de ser nicho e o mercado diluirá isso".
"Todas as montadoras que utilizam Kevlar original já têm disponíveis carros híbridos blindados, e agora avançam para a grande tendência do mercado, que são os veículos elétricos. Não é mais uma questão de tecnologia, é uma questão de tempo", conclui Fonseca.
De acordo com os dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), em 2020 o mercado de veículos híbridos e elétricos atingiu o patamar de 19.745 unidades emplacadas, um crescimento de 66,5% na comparação com ano anterior. Outro destaque é que pela primeira vez o segmento de veículos eletrificados alcançou 1% do mercado total no país.
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