A mobilidade elétrica é vista como uma inovação decisiva para enfrentar as mudanças climáticas ao aliar a redução da poluição do ar à melhoria na utilização eficiente da energia. 

Para atingir a meta de limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2° Celsius, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, o setor de transporte – que responde por 24% das emissões globais de CO2 – precisará adotar rapidamente alternativas de emissões mais baixas ou zero.

E isso só será possível por meio da eletrificação em massa do setor de transportes, aliada à descarbonização da rede elétrica. As decisões tomadas hoje determinarão se os objetivos de Paris podem ser alcançados ou não e se outras áreas poderão evoluir no mesmo ritmo.

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Nesse ponto, o interessante é que carros e ônibus elétricos adicionarão apenas 6% à demanda global de eletricidade até 2040, enquanto a mudança de veículos a combustão para elétricos evitará o consumo de 7,3 milhões de barris de combustível por dia para transporte, de acordo com a Bloomberg New Energy Finance.

Mesmo em mercados automotivos que hoje são pequenos, os governos devem começar a se preparar para uma indústria que deverá crescer rapidamente na próxima década. Cadeias de abastecimento locais, prestadores de serviços e empresas de transporte público terão que se adaptar à nova tecnologia para se manterem competitivos.

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Espera-se que os próximos anos tragam regulamentações bem rígidas para as emissões de CO2, o que pode levar ao desaparecimento gradual, no médio prazo, dos veículos de combustão interna (ICE) e ao surgimento de um portfólio diversificado de automóveis eletrificados.

Atualmente, a solução mais imediata (e temporária) parece ser a adoção de veículos híbridos, devido ao longo trajeto do consumidor médio. No entanto, em breve, conforme as tecnologias melhoram e os custos caem, haverá um aumento gradual de uma frota de veículos 100% elétricos prevalecendo sobre outras tecnologias na indústria automotiva.

Em 2020, a primeira onda de Covid-19 causou uma queda sem precedentes nas vendas de automóveis, mas também intensificou o apoio da sociedade e dos legisladores em prol de um ambiente mais limpo. Em 2020, as vendas de veículos plug-ins (elétricos + híbridos recarregáveis) que ficaram em torno de 3,2 milhões, teriam sido maiores em uma situação normal.

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Em 2021, a normalização dos negócios ainda está longe, mas as vendas de carros eletrificados estão de volta aos trilhos. As entregas de janeiro a junho aumentaram 1,66 milhão de unidades em comparação com 2020. A Bright Consulting estima que, até o final de 2021, 6 milhões de veículos 'na tomada' serão vendidos em todo o mundo.

A onda de veículos elétricos chegará lentamente ao Brasil, que precisa superar vários obstáculos relacionados à regulamentação e infraestrutura antes de fazer a transição da combustão interna para os veículos movidos a eletricidade.

No entanto, o país possui uma importante vantagem competitiva obtida por meio do etanol gerado da cana-de-açúcar, que abre dois caminhos importantes e não divergentes para nosso país: os híbridos flex (já presentes) e os veículos a célula de combustível com obtenção do hidrogênio através desse combustível renovável.

Fonte: Bright Consulting