A GWM é a primeira montadora chinesa a apresentar dados para uma investigação anti-subsídios após a União Europeia acusar os fabricantes da China de concorrência desleal por conta de incentivos estatais para carros elétricos que estariam distorcendo o mercado.  

O site CarNewsChina está acompanhando essa história e informou que Feng Mu, presidente da GWM, compartilhou a notícia em seu perfil nas redes sociais, explicando que a montadora enviou os documentos em 11 de outubro.

"A expansão automotiva da China no exterior será turbulenta, mas nosso compromisso é inabalável e vamos acelerar o ritmo de entrada em novos mercados", acrescentou Mu.

Galeria: Ora Funky Cat Euro NCAP

Esse anúncio da GWM veio alguns dias após Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ter anunciado que haverá uma investigação formal contra os subsídios da potência asiática. Logo em seguida, o governo chinês publicou uma nota criticando a medida europeia e taxando-a como protecionista. 

No entanto, as principais montadoras chinesas não parecem tão preocupadas com esse movimento da União Europeia. E no caso específico da GWM, a empresa vende apenas um carro elétrico a bateria na região, o Ora Funky Cat, vendido em mercados como Alemanha e Reino Unido e que foi lançado recentemente no Brasil como Ora 03, disponível nas versões Skin e GT. Os demais são híbridos plug-in (PHEV) da submarca Wey. 

Galeria: WEY Coffee 01

Uma de suas concorrentes, a BYD, declarou que apesar das investigações continuará com seus esforços para estabelecer um crescimento sólido na Europa. 

Por sua vez, a Comissão Europeia anunciou formalmente a investigação anti-subsídios em 13 de setembro e foi lançada oficialmente em 4 de outubro.

"Faremos isso no pleno respeito de nossas obrigações da UE e internacionais – porque a Europa joga de acordo com as regras, dentro de suas fronteiras e globalmente. Esta investigação anti-subsídios será justa e baseada em fatos", acrescentou Von der Leyen.

Curiosamente, algumas montadoras europeias não estão satisfeitas com a investigação, que é o caso do Grupo Volkswagen, que tem seu maior mercado global na China, destacou a importância da concorrência frente a regulamentação. 

"Quando você tem uma concorrência forte, você precisa se aprimorar; você não pode descansar no que você conquistou", disse Oliver Blume. "Sou um defensor do comércio mundial porque isso é uma grande vantagem para todos os países trazerem riqueza, melhorarem a situação econômica de cada país."

Mas essa história está apenas começando. Analistas europeus alertaram que, caso Bruxelas acabe cobrando taxas contra os veículos elétricos chineses subsidiados, Pequim provavelmente imporá contramedidas para prejudicar as empresas europeias. Também reforçam que as empresas chinesas sustentam que seus preços baixos por conta do menor custo de produção e escala.

Fonte: CarNewsChina