Em um avanço notável para a indústria de tecnologia de baterias, cientistas das universidades de Clemson e Hunan revelaram um projeto revolucionário: uma bateria capaz de extinguir seu próprio incêndio, oferecendo níveis de segurança sem precedentes. Este desenvolvimento visa resolver os desafios críticos de segurança associados às baterias recarregáveis, especialmente as de íons de lítio, amplamente utilizadas em dispositivos eletrônicos e veículos elétricos.

As baterias de íons de lítio, embora populares por sua alta densidade de energia, são conhecidas por sua propensão a incêndios devido a fenômenos como fuga térmica e dendritos de lítio, que podem levar a curtos-circuitos internos. Para enfrentar esses desafios, os cientistas focaram em substituir o eletrólito inflamável das baterias por materiais encontrados em extintores de incêndio comerciais, resultando em uma bateria autoextinguível.

O Dr. Apparao Rao, da Universidade de Clemson, e o Dr. Bingan Lu, da Universidade de Hunan, lideraram o estudo que culminou neste avanço tecnológico. Eles desenvolveram um eletrólito não inflamável, eficiente em transferência de calor, e compatível com diversas químicas de baterias. Utilizando refrigerantes comerciais seguros e acessíveis, como o Novec 7300, os pesquisadores conseguiram criar um eletrólito que mantém sua capacidade por um ano inteiro de carga e descarga da bateria.

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O grande diferencial desta nova tecnologia reside na sua capacidade de funcionar em uma ampla faixa de temperaturas e de extinguir um incêndio interno de forma eficaz. Além disso, as baterias demonstraram sucesso em testes de segurança padrão, como o teste de penetração de hastes, sem apresentar risco de incêndio. 

O estudo agora se volta para a possibilidade de expandir essa tecnologia para baterias que utilizam íons metálicos alcalinos mais abundantes, como o potássio, visando criar baterias práticas, ecológicas e sustentáveis em larga escala. Se adotada pela indústria, essa tecnologia poderá representar um marco na fabricação de baterias não inflamáveis, utilizando as instalações de produção existentes e impulsionando a segurança e sustentabilidade no setor de energia.

Fonte: ClemsonNews via FCO