Após ter adquirido 21% da Leapmotor e criado uma joint venture, a Stellantis anuncia os planos para a fabricante chinesa de veículos elétricos. E, desta vez, nem deu tanto tempo para especular uma possível chegada ao Brasil, pois a empresa já confirmou que irá vender os carros tanto aqui quanto no Chile, iniciando a operação no último trimestre deste ano.

A nova joint venture foi criada de forma que a Stellantis controlará a operação global, cuidando da exportação, venda e fabricação dos modelos da Leapmotor fora da China. Desta forma, a Stellantis tem acesso a uma das grandes startups de veículos elétricos do país asiático e todo o desenvolvimento especializado em tecnologia EV, além da manufatura.

A operação será iniciada em setembro na Europa, prometendo 200 concessionárias em toda a região, para vender inicialmente os modelos C10, um SUV grande; e o T03, um subcompacto elétrico. A partir do último trimestre, será feita a expansão para Índia, África, Oriente Médio, Ásia (exceto China) e Américal do Sul (Brasil e Chile).

“A criação da Leapmotor International é um grande avanço para ajudar a resolver a questão urgente do aquecimento global com modelos BEV de última geração que vão competir com as marcas chinesas existentes nos principais mercados em todo o mundo”, disse o CEO da Stellantis, Carlos Tavares. “Aproveitando a nossa presença global, em breve seremos capazes de oferecer aos nossos clientes veículos elétricos com preços competitivos e centrados na tecnologia que irão exceder as suas expectativas. Sob a liderança de Tianshu Xin, foi desenvolvida uma estratégia global convincente para expandir rapidamente os canais de distribuição de vendas, impulsionando o crescimento da Leapmotor e gerando valor para ambos os parceiros”.

Até o momento, a Leapmotor International não dá detalhes sobre como será a operação no Brasil, mas espera-se que tenham concessionárias próprias, a exemplo da Europa. Recentemente, a empresa registrou o SUV C10 no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o que já indica que o utilitário será um dos carros a serem vendidos aqui.

Trata-se de um veículo de 4,73 metros, então tem um porte próximo do Jeep Commander, que mede 4,76 m. Na China, é oferecido em duas versões. A primeira é totalmente elétrica, com 231 cv e 32,6 kgfm, usando baterias de 69,9 kWh e com uma autonomia de 420 km pelo ciclo de testes WLTP. A segunda motorização é uma elétrica com extensor de autonomia, usando um motor a combustão somente para recarregar as baterias de 28,4 kWh, algo no estilo do antigo BMW i3 – que podemos chamar de um tipo de híbrido plug-in. Tem 231 cv e 210 km de autonomia no modo elétrico, chegando a 1.190 km considerando a recarga feita pelo motor a combustão. Até agora, a Leapmotor indica que lançará somente a versão 100% elétrica.

O segundo carro escolhido e que ainda não deu indicações de que virá ao Brasil é o T03. É um subcompacto de 3,62 metros de comprimento, um pouco menor do que o Renault Kwid (que mede 3,68 m), porém promete um espaço interno de um hatchback do segmento B, por aproveitar melhor a plataforma. Como a vocação é urbana, tem um motor de somente 75 cv e uma bateria de 36,5 kWh, entregando uma autonomia de 265 pelo ciclo WLTP. Teria espaço no Brasil como um rival do BYD Dolphin Mini e Renault Kwid E-Tech, com preço na faixa dos R$ 100 mil.