Subsidiária da GWM, Svolt adia planos de expansão na Europa
Concorrência entre chinesas, lucratividade e cenário incerto provocaram reavaliação dos planos
A Svolt, subsidiária da gigante chinesa Great Wall Motor (GWM), anunciou um revés significativo em seus planos de expansão na Europa. A empresa suspendeu a construção de uma segunda gigafactory de células de bateria perto de Berlim, citando um mercado de veículos elétricos (EV) volátil e o cancelamento de um grande projeto de cliente.
Essa notícia vem em meio a uma desaceleração mais ampla para a GWM na Europa. A empresa recentemente anunciou o fechamento de sua sede europeia em Munique e demissões de 100 funcionários devido às condições desafiadoras do mercado e à ameaça de tarifas europeias sobre importações chinesas.
A gigafactory europeia inicial da Svolt, localizada em Überherrn, Alemanha, também enfrenta atrasos. A empresa cita problemas de planejamento como a razão para a data de início incerta, adiando estimativas iniciais de 2025 para um prazo desconhecido. Isso segue um atraso anterior em 2023 devido a protestos locais.
Mudança de Estratégia
A Svolt atribui o cancelamento e os atrasos do projeto à natureza dinâmica do mercado de EVs. "O mercado automotivo está atualmente lutando com flutuações e desafios consideráveis em todo o mundo", afirmou Kai-Uwe Wollenhaupt, presidente da Svolt na Europa. "Isso está levando a alguns ajustes drásticos de estratégia para alguns fabricantes de automóveis."
Embora a Svolt não tenha divulgado publicamente a identidade do cliente perdido, relatórios sugerem que poderia ser a montadora alemã BMW. Isso se alinha com o fechamento da sede europeia da GWM, que inicialmente pretendia facilitar a colaboração com a expansão europeia da Svolt.
Ambições Reduzidas
A Svolt anteriormente tinha planos de crescimento ambiciosos, visando até cinco fábricas na Europa com uma capacidade de produção direcionada de pelo menos 50 GWh até o final da década. Essas aspirações parecem estar passando por revisões significativas.
A Svolt também enfrentou dificuldades financeiras. Segundo um relatório de Haijie Zhao da Universidade de Liverpool, a empresa tem lutado com a lucratividade, acumulando perdas superiores a 3 bilhões de yuans (390 milhões de euros) entre 2019 e 2022.
Apesar dos reveses, a Svolt está avançando com uma fábrica de montagem de módulos e pacotes de baterias em Heusweiler, Alemanha, programada para abrir em julho de 2024. A empresa também continua fornecendo baterias para clientes como Citroën, Nio e sua empresa-mãe GWM.
Concorrência entre chinesas
A Svolt enfrenta forte concorrência de outras empresas chinesas de baterias que buscam se estabelecer na Europa. A CATL, a maior fabricante de células de bateria do mundo, já possui uma fábrica funcional na Alemanha e está construindo outra grande instalação na Hungria. Envision AESC e EVE Energy Co. também estão expandindo sua presença na Europa com novas fábricas em desenvolvimento.
Os planos revisados da Svolt refletem os desafios enfrentados tanto pela empresa quanto pela indústria de veículos elétricos em geral. A capacidade da empresa de navegar no mercado volátil e superar os obstáculos à lucratividade determinará seu sucesso futuro na Europa.
Fonte: Automotive News
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