A Etiópia está liderando uma rápida transição para veículos elétricos (EVs) que serve como um modelo para outros países da África. Apesar de ter uma taxa de motorização excepcionalmente baixa - apenas 1,2 milhão de veículos para uma população de 126 milhões - a Etiópia deu passos notáveis em apenas dois anos, superando suas metas ambiciosas de adoção de EVs.

Superando Expectativas

O governo etíope inicialmente definiu uma meta de 10 anos para ter 148.000 carros elétricos e 50.000 ônibus elétricos operacionais até 2030. No entanto, essa meta foi superada em apenas dois anos, destacando a rápida adaptação da Etiópia aos veículos elétricos.

Motivado pelo sucesso inicial, o governo etíope revisou sua meta para cima, visando agora ter quase 500.000 veículos elétricos em circulação nos próximos 10 anos. 

Vários fatores contribuem para o sucesso da Etiópia na adoção de veículos elétricos:

  • Incentivos Governamentais: O governo etíope oferece isenções fiscais para veículos elétricos e kits CKD (Completely Knocked Down), incentivando a adoção e a fabricação local.
  • Custos de Eletricidade Favoráveis: A Etiópia possui abundantes recursos de energia renovável, resultando em preços de eletricidade extremamente baixos, tornando os EVs uma opção economicamente vantajosa.
  • Restrições à Importação: O governo está considerando uma proibição total de importações de veículos com motor de combustão interna (ICE), impulsionando ainda mais a demanda por EVs.

Taxa de motorização e oportunidade

A baixa taxa de motorização da Etiópia apresenta uma oportunidade única: o país pode simplesmente "pular" a era dos veículos a combustão ICE e ir direto para uma infraestrutura robusta de veículos elétricos. Essa abordagem pode servir como modelo para outras nações africanas que buscam um futuro mais sustentável.

Os esforços pioneiros da Etiópia na adoção de EVs servem como um exemplo inspirador para outras nações africanas que dependem fortemente de combustíveis fósseis importados. Ao abraçar a mobilidade elétrica, esses países podem reduzir sua dependência do petróleo estrangeiro, promover energia limpa e fomentar um cenário de transporte mais sustentável em todo o continente, ainda que haja obstáculos como o custo mais alto desses veículos e a renda per capita muitas vezes baixa.