A União Europeia (UE) colocou o pé no freio em relação à decisão sobre ampliar as tarifas para veículos elétricos (EVs) fabricados na China. A medida ocorre enquanto o bloco se prepara para as próximas eleições parlamentares, marcadas para 9 de junho.
Embora algumas fontes apontem para um problema técnico como causa do atraso, outras sugerem uma razão mais estratégica: separar a questão das tarifas da campanha política em andamento. As tarifas potenciais, se implementadas, podem causar bilhões de dólares em perdas para os fabricantes chineses de veículos elétricos.
No momento, a Comissão Europeia está conduzindo uma investigação antissubsídio direcionada a três grandes players chineses de carros elétricos: BYD, SAIC e Geely. Essa investigação, iniciada em outubro de 2023, pode se estender por até pouco mais de um ano (13 meses).
A postura cautelosa da UE contrasta fortemente com a recente medida dos EUA. A administração Biden aumentou significativamente as tarifas sobre EVs fabricados na China, de 25% para alarmantes 100%. Essa decisão faz parte de uma estratégia mais ampla dos EUA para fortalecer a manufatura nacional em setores críticos como EVs, baterias e semicondutores.
A abordagem dos EUA se alinha com esforços legislativos recentes como a Lei de Infraestrutura Bipartidária e a Lei de Chips e Ciência. Essas iniciativas visam conter o que os EUA percebem como vantagens desleais desfrutadas por empresas chinesas devido a subsídios governamentais e políticas industriais.
Os EUA não estão se concentrando apenas em EVs. A administração Biden também aumentou as tarifas sobre outros produtos chineses, incluindo semicondutores (de 25% para 50% até 2025) e minerais críticos para baterias de veículos elétricos. Esses movimentos sugerem uma possível escalada das tensões comerciais entre os dois gigantes econômicos.
A situação permanece em discussão, com a decisão da UE em suspenso até depois das eleições. Continue acompanhando esse tema para mais novidades sobre as tarifas potenciais e seu impacto no mercado global de veículos elétricos. Lembrando que fortes restrições nos mercados internacionais podem, eventualmente, fortalecer a posição de marcas chinesas aqui no Brasil.
Fonte: Reuters
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