Europa enfrenta um problema: precisa de baterias para veículos elétricos, mas ainda não tem uma indústria forte para fabricá-las. A China, por outro lado, domina esse mercado. Para resolver a situação, a Europa pode depender de um lugar inesperado: o Marrocos.

Esse é o cenário descrito por Sebastian Wolf, diretor de operações da unidade de baterias do Grupo Volkswagen. "Não temos nenhuma cadeia de fornecimento [de baterias]. Isso precisa ser criado", afirmou Wolf. 

Gigafábrica de baterias da Volkswagen em Salzgitter

Gigafábrica de baterias da Volkswagen em Salzgitter

A solução encontrada? Construir essa cadeia de fornecimento no Marrocos. O país africano tem uma grande vantagem: é rico em fosfato, um mineral essencial para a produção de baterias de lítio ferro fosfato (LFP), que estão se tornando cada vez mais populares devido ao seu baixo custo e alta eficiência.

Além disso, o Marrocos tem uma localização privilegiada: fica pertinho da Europa e conta com acordos comerciais vantajosos com os Estados Unidos. Isso facilita o transporte das baterias para o continente europeu e para o mercado americano. 

A China, líder mundial em baterias, já está se movimentando para aproveitar esse potencial. No ano passado, uma empresa chinesa de componentes de bateria se uniu a um fundo de investimento africano para construir uma fábrica de materiais para baterias no Marrocos. A previsão é que a produção comece em 2025.

Essa situação mostra que a dependência da Europa em relação à China no segmento de carros elétricos deve continuar por um tempo. Enquanto a Europa corre atrás para desenvolver sua própria indústria, a China já está construindo a cadeia de fornecimento para o Velho Continente em um país africano.

Fonte: Reuters