O Brasil está dando um passo importante para fortalecer sua indústria automotiva e reduzir sua dependência de importações. A Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial lançada em janeiro deste ano, tem como objetivo atrair investimentos estrangeiros que contribuam para o desenvolvimento de tecnologias nacionais, especialmente no setor de veículos eletrificados.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância de produzir carros híbridos no Brasil, destacando suas vantagens em relação aos veículos elétricos puros, como maior autonomia e menor impacto ambiental. Ele enfatiza que o país possui uma expertise significativa na produção de biocombustíveis, o que o torna um local estratégico para a fabricação de carros híbridos.
“Não nos interessa apenas importar carro elétrico. Nós queremos investimento no Brasil”, afirmou Mercadante. “Nós queremos produzir aqui ônibus elétricos e o carro híbrido, que é a nossa vocação, depois de 50 anos de etanol. O carro híbrido vai ter o dobro da autonomia do que o carro elétrico. E ele descarboniza mais do que o elétrico”.
Por sua vez, o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, reforça a necessidade de que os investimentos estrangeiros no Brasil estejam vinculados à transferência de tecnologia e à geração de empregos. "A NIB busca atrair empresas que queiram estabelecer parcerias com a indústria nacional e contribuir para o desenvolvimento de um setor automotivo mais sustentável e inovador."
Segundo as autoridades, a produção de carros híbridos no Brasil não se limita a questões ambientais. Ela também é vista como uma oportunidade para fortalecer a cadeia produtiva nacional, gerar empregos qualificados e promover o desenvolvimento tecnológico. O governo brasileiro, por meio do BNDES e do MDIC, está oferecendo incentivos e apoio financeiro para projetos que visem à produção de veículos eletrificados no país.
Ecoando alguns setores da indústria, o discurso do BNDES e MDIC deixa muito claro o apoio à eletrificação com carros híbridos, sobretudo flex ou a etanol. De fato, atrair investimentos para modernizar a indústria e produzir modelos eletrificados no Brasil é um caminho mais que necessário, mas colocar os carros elétricos (BEV) em segundo plano não é razoável.
Ainda que o cenário futuro seja de várias tecnologias de eletrificação convivendo no mercado, abrir mão dos veículos elétricos e as inovações tecnológicas e ambientais que eles podem trazer, sobretudo em país com matriz de geração de energia elétrica 90% limpa, seria um erro fundamental dos governos. O apoio deveria ser para os dois tipos de propulsão.
Fonte: Agência Gov, MDIC
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