Se os fabricantes chineses querem conquistar outros mercados, os fabricantes "tradicionais" estão buscando o caminho inverso, buscando seu lugar ao sol no maior mercado automotivo para elétricos no mundo.
Desta vez, é a Hyundai que conta como quer aumentar as vendas na China, onde é muito difícil fazer incursões devido à feroz concorrência interna, onde tudo - ou quase tudo - depende da capacidade de oferecer veículos elétricos de baixo custo.
Hyundai Inster
Vamos voltar um pouco no tempo. De acordo com os últimos números divulgados pela Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM), 1,29 milhão dos chamados NEV (New energy vehicles) foram vendidos na China somente em setembro deste ano, ou seja, veículos equipados com algum tipo de motorização elétrica, eletrificada ou de baixa emissão. Esse resultado é um bom retrato da situação, com crescimento de 17% em comparação com agosto e 42% em comparação com setembro de 2023.
Apesar do mercado chinês já começar a mostrar certa saturação, as vendas continuam altíssimas demais para as montadoras ocidentais o ignorarem. Por lá, os eletrificados já começam a vender mais que os modelos a combustão, tendo agora uma participação de 51,8%. Os fabricantes chineses, em particular, tiraram proveito dessa situação, enquanto os outros fabricantes, da Toyota à Honda, passando pela Volkswagen, GM e a própria Hyundai, viram as vendas caírem. A Hyundai, especificamente, ficou com uma participação de mercado de 1,2% em setembro. Uma porcentagem muito pequena, resultado de uma contração de volume que começou em 2017.
Wuling Hongguang Mini EV: foi o veículo elétrico mais vendido da China em 2023, com um preço inicial de 3.800 euros
A Hyundai deixou claro que deseja lançar carros elétricos projetados e produzidos especificamente para o mercado chinês. Para isso, ela também criou um centro de P&D independente chamado Hyundai Motor China Andvanced Tech and RD, com sede em Xangai. Será de lá que a fabricante coreana conduzirá seu grande retorno ao país asiático.
A ideia da Hyundai é criar uma linha que atenda às necessidades e aos gostos dos motoristas chineses. O primeiro modelo desse projeto verá a luz do dia no próximo ano. Ele será vendido exclusivamente na China, e será construído em uma plataforma possivelmente nova e contará com um design inovador e uma gama de tecnologias de ponta. Mas, graças à criação de uma rede de fornecedores locais e à produção no local, ele também terá um preço razoável, e a inspiração desse modelo pode acabar vindo de modelos da própria marca, como o Hyundai Inster.
O carrinho urbano, que foi revelado em junho de 2024, é hoje a porta de entrada da marca coreana no segmento de elétricos na Europa, sendo uma versão europeia do Casper, vendido no país natal da Hyundai.
No seu interior, o modelo conta com um par de telas de 10,25 polegadas, uma para o painel de instrumentos digital e outra para o sistema de informações e entretenimento, bem como teto solar de um toque, volante aquecido, carregador sem fio para smartphones e uma longa lista de sistemas avançados de assistência à direção (ADAS), incluindo controle de cruzeiro inteligente com stop and go, assistência para evitar colisões frontais, monitor de visão surround, assistência para manter a faixa e assistência para seguir a faixa.
O modelo seria uma boa opção para concorrer com compactos elétricos como o BYD Dolphin Mini, hoje líder do mercado na China, além de outros subcompactos como a versão chinesa do Renault Kwid E-Tech/Dacia Spring, chamado localmente de Dongfeng Nano Box.
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Electric Days: Hyundai usa plástico e até esgoto para criar hidrogênio
O que a Fórmula E pode trazer de benefício para os carros elétricos?
Hyundai Initium Concept antecipa design dos próximos modelos da marca
Abarth irá focar em carros elétricos na Europa; Brasil é dúvida
Hyundai Ioniq 9: SUV elétrico topo de linha aparece em primeiras imagens
China e União Europeia podem chegar a acordo sobre carros elétricos
Hyundai e Kia trabalham em nova bateria econômica de alto desempenho