Impressões: Novo BMW i7 é o elétrico com luxos dignos dos melhores aviões
Seja ao volante ou como passageiro, chega a ser "justo" seu preço de R$ 1.282.950 pelo que oferece
Depois de longas horas de viagem em seu jatinho particular, um sedã de luxo te espera na pista de pouso do aeroporto. Se um dia esse carro foi um BMW Série 7, esse cliente já está entrando na onda dos elétricos e vê no BMW i7 o substituto perfeito sem perder luxo e conforto. Pelo contrário, encontrará o silêncio do elétrico com ainda mais tecnologias.
Em uma sexta-feira, cheguei em São Paulo depois de um voo internacional de 9 horas. A diferença que foi de econômica, mas ao menos o BMW i7 me esperava para este primeiro contato com o sedã elétrico, tanto como passageiro quanto como motorista em um dia inteiro. Chega a ser justo pensar que ele oferece bastante pelo preço de R$ 1.282.950? É, chega...
O que seu dinheiro pode pagar
Literalmente, o BMW i7 é a versão elétrica do Série 7. Foram desenvolvidos juntos e compartilham a mesma estrutura. Diferente do BMW iX, o i7 tem um capô que pode ser aberto, onde uma grande capa plástica esconde diversos componentes do sistema elétrico - e pensar que ele recebe até um V8 neste cofre no Série 7 a combustão. Até por isso que ele não é tão futurista por dentro como o iX, já que ele prevê a instalação da transmissão, por exemplo.
Mas isso não quer dizer que estamos em um carro elétrico adaptado. Pelo contrário, foi o Série 7 quem teve que se entender com a base mais voltada aos eletrificados que aos combustão. Uma prova disso está que, com um comprimento de 5.391 mm, o entre-eixos é de 3.215 mm, tanto para o conforto dos ocupantes quanto para acomodar a bateria de 105,7 kWh (101,7 kWh úteis) no assoalho. Com ela, a autonomia, segundo o Inmetro, é de 479 km.
O i7 xDrive60 chega com dois motores elétricos, um em cada eixo. No dianteiro, 258 cv e 37,2 kgfm, enquanto o traseiro é mais potente, com 313 cv e 38,7 kgfm, que totalizam 544 cv e 76 kgfm de torque. Tudo isso, segundo a BMW, para um 0 a 100 km/h em 4,7 segundos e máxima de 240 km/h para preservar a bateria ao máximo. Apesar dessa velocidade, usa apenas uma marcha.
Mas o mais impressionante não é seu design, que mistura um pouco da sobriedade de um sedã com toques futuristas, como a gigantesca grade dianteira, as lanternas finas e as maçanetas embutidas. A tecnologia embarcada é, provavelmente, o que mais impacta no BMW i7 e pode ser o mais completo disponível em nosso mercado.
Para os passageiros
A BMW declara 500 litros no porta-malas, com abertura elétrica, mas bastante desse espaço acaba consumido pelo estepe. Aperto uma mala pequena e minha mochila e a porta traseira se abre automaticamente. Um toque na maçaneta e a porta, se os sensores indicarem que não há ninguém no caminho, faz o papel de mordomo. Entro no i7, aperto o botão e a porta se fecha também de forma automática.
Nessa mesma porta, uma tela de 5,5" serve como um controle remoto de diversas funções. Como estou atrás do banco do passageiro, o i7 permite que esse banco dianteiro vá mais para frente e permita que o traseiro, individual, vire quase uma cama da classe executiva. Tem massagem, aquecedor e ventilação, além do conforto dos tecidos e espumas com densidade praticamente perfeita para o corpo. Tem outra tela dessa de 5,5" na porta traseira esquerda, mas o banco não reclina tanto.
O show fica, literalmente, no teto. Além de uma parte panorâmica e com LEDs, o i7 guarda uma tela de 31,3", que pode ser controlada por aquele controle nas portas, ou por toque nela mesmo. Tem ajustes de ângulo, distância e de imagem. Conectada na internet do carro, tem streaming e entrada HDMI, caso seu desejo seja ligar algum aparelho externo. No modo cinema, as cortinas nas janelas traseiras levantam e o sistema de som é algo de outro mundo. Se você reclamar de algo assim, não sabe o que diz da vida.
Para o motorista
Apesar de uma boa parte dos compradores do BMW i7 estarem destinados ao banco traseiro, não significa que o sedã elétrico não seja bom para dirigir. Chegou ao Brasil com 544 cv e 76 kgfm de torque, números de respeito para um carro que pesa 2.640 kg. Entre diversos sistemas, a suspensão adaptativa a ar é um dos destaque, assim como o eixo traseiro esterçante e o magnifico sistema de estacionamento automático.
Sim, seu BMW i7 pode ser estacionado pelo smartphone. Pelo aplicativo, o sedã pode ser colocado em uma vaga como um video-game, mesmo o motorista fora do carro - mas ele fará a leitura e só te obedece se estiver, literalmente, ao lado do carro. O mesmo serve para a abertura de portas automática, mesmo pelo app.
Ao volante, o conforto do BMW i7 é um destaque. A suspensão pode ir de muito conforto ao estilo mais baixo e firme, para uma condução mais animada. Lógico que temos a entrega de torque e potência a qualquer toque no acelerador, mas ao mesmo tempo pode ser facilmente modulável pelo pedal e pelos modos de condução. O sistema de regeneração automático usa radares e câmeras para aproveitar ao máximo as frenagens e desacelerações.
Custo/benefício por R$ 1,3 milhão? Pois é!
Pois é, não tem como falar que R$ 1.282.950 é pouco dinheiro. Mas o que o BMW i7 oferece com este preço, é difícil achar algo assim. Tanto para motorista quanto passageiro, é um show de tecnologias que, em algumas horas, não consegui explorar por completo. Neste primeiro contato, me senti como um executivo de alto escalão saindo do meu avião e indo para casa. Pena que meu vôo foi na econômica...
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