A Huawei é uma das grandes empresas de eletrônicos que não resiste ao fascínio pelo carro elétrico e às oportunidades que ele oferece. E na próxima semana, durante o Salão de Xangai, a Huawei irá mostrar o primeiro modelo da próxima família de carros elétricos para a qual contribuiu diretamente.
De acordo com a imprensa chinesa, o carro foi feito em conjunto com a BAIC e será exibido sob a marca Arcfox (da qual a BAIC é proprietária). Ele deve se chamar Polar Fox Alpha S e será um sedã de luxo autônomo com conexão 5G que abrirá o caminho para uma nova geração de carros inteligentes e com zero emissões.
A notícia do primeiro carro chega quase simultaneamente ao anúncio de que a empresa chinesa investirá um bilhão de dólares para desenvolver um software de gerenciamento de transmissão com emissão zero e tecnologias relacionadas à direção autônoma. O objetivo - que segue na linha de Apple e Xiaomi, para citar dois exemplos - é, naturalmente, competir com a Tesla.
Na verdade, a Huawei já está bem à frente em alguns quesitos. Em um teste recente, ela provou estar à frente da própria Tesla em certas áreas, rodando mais de 1.000 km sem qualquer intervenção do motorista. Pelo menos, foi o que disse o presidente Eric Xu.
A condução autônoma da Huawei será inicialmente oferecida a três marcas com as quais a empresa chegou a um acordo. São elas a BAIC, Changan e Guangzhou, e todos os três terão o emblema da Huawei na lateral, um pouco como a Intel faz com os processadores de computadores, por assim dizer.
"O negócio de tecnologia automotiva tem um potencial enorme - disse Xu - e é por isso que investiremos um bilhão de dólares no desenvolvimento de componentes automotivos somente em 2021. em crescimento contínuo. Se conseguirmos lucras um montante igual a 10.000 yuans (cerca de 1.250 euros) por cada carro vendido, amortizaremos os custos num instante".
A colaboração com as empresas chinesas é apenas o primeiro passo para contratos mais ambiciosos por parte da Huawei, que acaba de sair de um período muito difícil, dadas as restrições impostas pelo governo Trump. A ideia da empresa chinesa, que com a chegada de Biden à Casa Branca espera maior liberdade comercial, é chegar à Apple ou à Xiaomi, duas competidoras que visam desequilibrar o setor com seus carros elétricos.
O certo é que embora a Huawei não comece do zero e já conte com uma variedade de conhecimentos consolidados, o confronto com outros competidores que estão no mesmo caminho não será fácil. A competição interna também está sendo considerada, com muitos fabricantes unindo forças com empresas de tecnologia para projetar carros elétricos. Como Baidu (o Google chinês) e Geely, cuja aliança pode ser assustadora mesmo além das fronteiras chinesas.
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