O dinamismo do mercado global de carros elétricos e híbridos plug-in não para de surpreender, o que fica mais evidente na última análise realizada pela Agência Internacional de Energia (IEA), ao dar um panorama do avanço da mobilidade elétrica em termos mundiais.
Nos últimos três anos o crescimento das vendas tem sido impressionante. Em 2019, foram 2,2 milhões de carros eletrificados, com 2,5% de participação do mercado. Em 2020, as vendas subiram para 3 milhões e 4,1% de participação, mesmo com o encolhimento do mercado geral, dobrando para 6,6 milhões em 2021, o que já representa 9% do mercado global, mais que o triplo de dois anos antes.
Como exemplo, durante todo o ano de 2012 foram vendidos 130.000 carros elétricos no mundo, uma quantidade que atualmente é comercializada no espaço de uma semana - todo o crescimento líquido das vendas globais de automóveis em 2021 veio dos carros elétricos.
A agência estima que haja 16 milhões de carros elétricos e híbridos plug-in em circulação no mundo todo, consumindo cerca de 30 terawatt-hora (TWh) de eletricidade por ano, o equivalente a toda a eletricidade gerada na Irlanda, por exemplo.
Sem surpresas, a China, maior mercado automotivo do mundo, também liderou as vendas de carros eletrificados, quase triplicando o resultado do ano anterior e chegando a 3,4 milhões - foram vendidos mais veículos elétricos em 2021 no país asiático do que em todo o planeta em 2020. Nesse cenário, a participação de mercado dos carros que 'vão na tomada' no ano passado saltou de 7,2% em janeiro para 20% em dezembro.
Na Europa, as vendas de carros eletrificados aumentaram quase 70% em 2021, para 2,3 milhões, cerca de metade sendo híbridos plug-in. O aumento das vendas na região se deu principalmente por conta dos novos padrões de emissões de CO2 e forte ampliação dos subsídios nos principais mercados europeus.
Em termos absolutos, o maior mercado de carros elétricos da Europa em 2021 foi a Alemanha, onde mais de um em cada três carros novos vendidos em novembro e dezembro era eletrificado. No geral, os carros eletrificados representaram 17% do total das vendas europeias em 2021.
A Noruega, com 72%, e a Suécia e os Países Baixos, com 45% e 30%, respectivamente, ficaram no topo do ranking global. Com 25%, a Alemanha teve de longe a maior participação de mercado entre os grandes mercados europeus, seguida pelo Reino Unido e França (ambos em torno de 15%), Itália (8,8%) e Espanha (6,5%).
Os Estados Unidos fizeram um retorno impressionante ao mercado de carros eletrificados em 2021, já que as vendas mais do que dobraram, superando as 500.000 unidades. O mercado global de automóveis dos EUA também se recuperou, mas os carros elétricos dobraram sua participação para 4,5%.
A análise observa que apesar do crescimento impressionante nos principais mercados, as vendas de carros elétricos não estão avançando no mesmo ritmo em termos globais. China, Europa e Estados Unidos representam cerca de dois terços do mercado global de automóveis, mas cerca de 90% das vendas de carros elétricos.
Na maioria dos mercados restantes, os carros elétricos e híbridos plug-in representam menos de 2% das vendas e nas grandes economias em desenvolvimento, como Brasil, Índia e Indonésia, a participação ainda está abaixo de 1%.
*em janeiro, o balanço da ABVE mostra uma participação de 2,2% de mercado dos eletrificados no Brasil. No entanto, os números incluem híbridos convencionais, que não entram na conta da IEA (apenas elétricos e híbridos plug-in).
A conclusão é que os principais impedimentos são o alto preço de compra e a falta de uma infraestrutura de carregamento mais ampla. No Japão, as vendas de carros elétricos também seguem fracas, abaixo de 1% do mercado nos últimos 3 anos.
Coreia do Sul e Austrália mostram o maior dinamismo entre os mercados menores. Na Coreia, as vendas de carros elétricos mais do que dobraram em 2021 após dois anos sem crescimento, aumentando sua participação de mercado para 8%. Na Austrália, as vendas de eletrificados mais do que triplicaram em 2021, trazendo sua participação de mercado para acima de 2%.
Fonte: IEA
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