No âmbito do plano estratégico de eletrificação e modernização do transporte público, a prefeitura de Curitiba anunciou a compra dos primeiros 70 ônibus elétricos que farão parte da frota municipal e terão início de circulação entre maio e junho de 2024. 

Segundo o comunicado oficial, a prefeitura irá investir R$ 200 milhões, em recursos próprios, na aquisição desse primeiro lote de veículos elétricos para operar no transporte público, como um marco do processo de implantação da eletromobilidade em larga escala na cidade, dentro do Programa de Mobilidade Sustentável de Curitiba.

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O anúncio da compra dos ônibus elétricos para a Rede Integrada de Transporte de Curitiba (RIT) foi feito pelo prefeito Rafael Greca, durante sua participação no Workshop Modelos de Negócio para Eletromobilidade, realizado na semana passada na capital paranaense. 

“Com os ônibus elétricos elevamos o transporte público de patamar e fortalecemos a vocação de Curitiba como uma cidade humana e sustentável”, afirma Greca.

Desses 70 veículos a serem comprados pela prefeitura, 28 serão ônibus elétricos articulados, para atender à linha Interbairros II, e 42 modelos Padron (convencional), a serem distribuídos pela Rede Integrada.

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Vale lembrar que no mês passado começaram os primeiros testes técnicos com um ônibus elétrico da BYD rodando na capital paranaense. O modelo articulado está circulando, sem passageiros, pelas rotas das linhas Interbairros II, Inter 2 e no Eixo Leste/Oeste. 

Sem emissão de CO2 e ruídos, o ônibus elétrico é considerado o futuro da mobilidade nas grandes cidades e é uma das principais agendas do município para os próximos anos, dentro do compromisso de reduzir a emissão de poluentes.

A meta da prefeitura de Curitiba é que no médio prazo, até 2030, 33% da frota de ônibus local deverá operar com emissão zero; alcançando 100% até 2050, como parte do Plano de Ação Climática (PlanClima), alinhado às ações globais de sustentabilidade.

“Queremos que o nosso BRT, consagrado e copiado por mais de 200 cidades em todo mundo, seja o metrô de superfície elétrico, moderno e não poluente. O futuro do transporte coletivo e das cidades passa pela descarbonização”, afirmou Greca.

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Para o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e secretário do Governo Municipal, Luiz Fernando Jamur, o grande desafio buscado por Curitiba é a missão de dar um salto qualitativo nos serviços de mobilidade e transporte.

“Transporte público é um serviço essencial e temos que ofertar o que há de melhor. Para reverter o quadro de perda de usuários do transporte precisamos de mais investimentos para subir de patamar ofertando uma opção ao carro, bem como trabalhar a questão comportamental do uso do transporte individual”, disse Jamur.

Os fabricantes devem ser definidos com base nos testes em curso na cidade, que envolvem as empresas Volvo, Mercedes, Eletra, Marcopolo, BYD e Higer. Segundo Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), são oito ônibus homologados para testes até outubro, que serão avaliados de acordo com autonomia, segurança e conforto do passageiro. 

É muito importante o anúncio das metas de transição energética pela prefeitura de Curitiba, cidade que é considerada referência no transporte público. Outras capitais e cidades médias espalhadas pelo país devem cada vez mais começar a divulgar seus planos de descarbonização e eletrificação do transporte público, um setor que deve ser um dos propulsores da mobilidade elétrica.