O Volvo EX30, o quarto e menor veículo elétrico da marca até agora, foi concebido para ser o mais rentável, por mais estranho que possa parecer. Os executivos da Volvo afirmaram em apresentação aos investidores na semana passada que a empresa espera uma margem de lucro bruto de 15 a 20% no EX30, apesar de o crossover subcompacto ser o modelo mais acessível da gama da fabricante.
"É o equilíbrio geral do produto que fizemos - reduções de custos, plataforma compartilhada e acertos com fornecedores que nos permitiram isso", disse Akhil Krishnan, chefe dos programas de carros pequenos da Volvo, à Automotive News. Programado para chegar aos EUA em meados de 2024, o Volvo EX30 será o modelo mais acessível da marca, com um preço de venda inicial de US$ 36.415 dólares, algo equivalente a cerca de R$ 175 mil na conversão direta.
Atualmente, o carro mais barato da Volvo no mercado estadunidense é o XC40 a combustão, que tem preços partindo de US$ 37.645 em sua versão mais básica. Convertendo o valor para nossa moeda, seria o equivalente a cerca de R$ 181 mil. No Brasil o carro mais barato da marca é o XC40 também, mas com motor elétrico e saindo por R$ 329.950.
Existem alguns fatores chave que permitiram à Volvo oferecer um novo veículo elétrico construído sobre uma arquitetura dedicada a um preço tão baixo. O principal é o fato de se basear na plataforma Sustainable Experience Architecture (SEA) da Geely para veículos pequenos e compactos, que sustenta outros VEs, incluindo o Smart #1, o Zeekr X e o Smart #3. A chinesa Geely é a controladora da marca Volvo. Como resultado do compartilhamento dos custos entre vários produtos, a Volvo espera que o EX30 ajude a aumentar a sua margem de lucro operacional geral para 8 a 10% até meados da década, em comparação com os cerca de 6% atuais.
"Teremos melhores margens de lucro com este carro do que com o XC40 elétrico e o C40. Não estamos fazendo isto por diversão", afirmou o Diretor Comercial da Volvo, Björn Annwall, no evento de lançamento do EX30 em Milão (ITA), na semana passada. Para efeitos de comparação, os elétricos XC40 e C40 Recharge apresentaram uma rentabilidade de 7% no primeiro trimestre.
A elevada rentabilidade do EX30 não será, no entanto, um resultado exclusivo da plataforma compartilhada. Para reduzir os custos, a Volvo também aplicou princípios criativos de design e engenharia. Por exemplo, o tema central em torno do EX30 é a centralização, de acordo com o Diretor Comercial da Volvo, Francesco Speciale.
"Centralizamos muitos elementos que normalmente gerariam custos num automóvel de segmento superior", observou. Ao contrário do Volvo EX90, os clientes têm expectativas de conteúdo mais baixas num modelo de entrada, o que ajuda a rentabilidade do EX30.
O baixo preço do crossover subcompacto aproximará a Volvo da paridade de preços com os veículos com motor a combustão, uma vez que o EX30 irá custar praticamente o mesmo que crossovers a gasolina de dimensões semelhantes da Mercedes-Benz, BMW e Audi. Para além disso, também irá competir com as ofertas do segmento superior do mercado mais generalista.
"É possível obter um automóvel totalmente elétrico pelo mesmo preço de um automóvel com motor de combustão interna no mesmo segmento", afirmou Speciale, acrescentando que o EX30 "cria uma oportunidade para democratizar a eletrificação nos nossos mercados". Por todas estas razões, a Volvo acredita que o EX30 tem potencial para se tornar o seu veículo mais vendido, especialmente porque irá atuar num segmento de mercado amplamente ignorado pelos fabricantes de automóveis premium.
Fonte: Automotive News
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