A BYD considera fazer investimentos em mineração de lítio no Brasil para apoiar a produção de baterias para carros elétricos. Após a confirmação oficial e lançamento da pedra fundamental da fábrica de Camaçari (BA), a montadora chinesa quer ampliar seu fornecimento de matérias-primas.
Em entrevista para a Bloomberg Línea durante a inauguração de uma concessionária da marca em São Paulo (SP) nesta semana, Stella Li, vice-presidente global da BYD, falou sobre o assunto:
"Preferimos comprar qualquer recurso disponível e acessível, mas precisa ser competitivo. Ao mesmo tempo, a BYD também prefere possuir alguma operação de mineração no Brasil."
No início desta semana, a BYD lançou a pedra fundamental de sua fábrica de veículos elétricos, híbridos e baterias em Camaçari, na Bahia, local que pertencia à Ford e havia sido devolvido ao governo da Bahia após uma longa negociação com a marca norte-americana.
Maior montadora de veículos eletrificados plug-in do mundo (carros elétricos a bateria e híbridos plug-in), a BYD oficializa o acordo para construção das três unidades da empresa, uma para produzir carros elétricos e híbridos, outra para caminhões e ônibus elétricos e uma terceira dedicada ao processamento de lítio e ferro-fosfato para baterias com foco nos mercados externos, ao menos num primeiro momento.
O plano da montadora chinesa é utilizar os prédios deixados pela Ford, mas o layout será todo modificado e o tamanho das instalações ampliado - o investimento total previsto é de R$ 3 bilhões. Com capacidade para produzir 150.000 veículos na primeira fase, o complexo tem início de operação previsto para entre o final de 2024 e o começo de 2025.
E voltando ao tema do lítio, a montadora chinesa está de olho nas operações de mineração no norte de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha, que poderia servir de apoio para a fábrica na Bahia.
O destaque na região é a operação da Sigma Lithium, que possui um grande depósito de rocha de lítio, conhecido como Grota do Cirilo, que é sustentável e opera com um processo de mineração a seco, sem rejeitos e com reutilização da água captada (e tratada) do Rio Jequitinhonha.
Essa operação já chamou a atenção de outras empresas, como a Tesla, que chegou a cogitar a aquisição da Sigma Lithium Corp, mineradora canadense que é controlada por um fundo de investimento brasileiro.
Seja como for, a instalação do complexo da BYD na Bahia irá alavancar outros negócios relacionados à produção de veículos e mobilidade elétrica no país. A previsão é que a fábrica comece a operar entre o final do ano que vem e início de 2025.
Fonte: Bloomberg Línea
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