Qual é o destino das baterias quando não servem mais para um carro elétrico? É possível reparar? Existem baterias recondicionadas? A startup brasileira Energy Source é a 1ª empresa brasileira a oferecer soluções completas que envolvem reparos, reciclagem e reutilização de baterias. Com processo proprietário inovador em nível mundial, a JLR viu o potencial da empresa nacional e decidiu investir US$ 1,2 milhão, valor equivalente a R$ 6 milhões de reais, na operação.
O InsideEVs Brasil esteve na sede da empresa, que fica no interior de São Paulo, para conhecer de perto as atividades realizadas na planta. Vale destacar que este é o primeiro investimento da InMotion Ventures no Brasil, divisão da JLR, que tem como objetivo capitalizar o crescimento do crescente ecossistema de startups do país e ampliar seu foco para além do Reino Unido e dos Estados Unidos.
O capital de US$ 1,2 milhão será usado para acelerar o crescimento e expandir as operações da Energy Source, permitindo que ela continue atendendo a clientes globais no futuro, não apenas a JLR, a partir de sua planta industrial de 4.500 m2 em São João da Boa Vista.
Uma startup que começou em uma garagem, hoje ganha a atenção de grandes empresas globais pela tecnologia inovadora. É a primeira empresa no mundo a oferecer uma solução completa de reparo, reuso e reciclagem para as baterias de lítio.
Na planta, a Energy Source utiliza uma tecnologia desenvolvida no Brasil, patenteada, que possibilita separar os elementos de uma bateria como cobalto, níquel e até o lítio através de um processo de hidrometalurgia. É pioneiro no mundo. Soluções de outras empresas fazem a separação através da queima, o que elimina metais nobres como o lítio e gera emissões. No processo da Energy Source, não há prejuízo ao meio ambiente e praticamente todos os elementos químicos de uma bateria são recuperados.
Elementos químicos recuperados pela Energy Source incluem o lítio
David Noronha, CEO da Energy Source, contou que a partir de um vídeo viral, que mostrava que o custo de troca de uma bateria de um Fiat 500e danificada custaria quase que o valor do próprio carro, foi a motivação para encontrar uma solução. Hoje, a empresa tem a capacidade de reparar baterias, utilizar pacotes de células para criar uma bateria "recondicionada", transformá-la em outros produtos ou fazer o processo de reciclagem com a hidrometalurgia.
Noronha também destacou que, usando o mesmo exemplo do Fiat 500e, é capaz de reparar uma bateria danificada que seria descartada completamente pelo equivalente a menos de 10% do valor de uma nova. Com esta solução, seguradores, fabricantes e concessionárias conseguem atender rapidamente e com valores muito mais acessíveis qualquer necessidade de reparo.
O tempo para o reparo de uma bateria na unidade é relativamente rápido, onde todo o processo pode ser feito em até 36 horas. Bruna Dias, Diretora de Operações, explicou que muitas vezes a logística da bateria para reparo é o que demanda mais tempo, mas que a atuação em outras regiões é um dos próximos passos.
Desde 2021, a Energy Source possui números expressivos de recuperação de materiais críticos. Além das baterias de veículos, também são processadas baterias de equipamentos eletrônicos. O total recuperado de lítio já soma 25 toneladas, enquanto o cobalto chegou a 150 ton, níquel soma 20 ton, cobre são 60 ton, alumínio 35 ton e grafite a impressionante marca de 250 ton.
Nesse período de operação, foram 10 MWh em capacidade de baterias de segunda-vida, 700 toneladas de materiais reciclados e mais de 4 toneladas em baterias reparadas.
Como parte de sua estratégia de carbono líquido zero até 2039, a JLR busca e apoia iniciativas com potencial real de transformação. Foi exatamente por este motivo que o hub de inovação do grupo britânico viu a oportunidade na Energy Source. Por meio da InMotion Ventures no Brasil, divisão da JLR, conquistou a aprovação da diretoria global para o investimento na empresa brasileira, a qual ampliará suas operações para atender também outras montadoras.
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