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Teste BMW i5 M60: sedã elétrico esbanja tecnologia e respeita a história

Mesmo na era EV, ainda guarda a tão querida essência de um Série 5

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Foto de: Motor1.com

A BMW é conhecida por entregar inovações tecnológicas e alto desempenho em seus carros. E no segmento elétrico, o novo BMW i5 se destaca como um digno Série 5 movido a bateria. A marca alemã quer provar que é possível criar um carro elétrico orgânico, combinando a alma de um BMW com a sustentabilidade e a tecnologia de ponta. Será que consegue?

Um dos modelos mais importantes da história da BMW, o Série 5 chega à oitava geração com muitas novidades e, pela primeira vez, disponível em uma variante elétrica, o BMW i5. Vitrine de novas tecnologias da marca alemã, o sedã médio mudou completamente por dentro e por fora, agregando uma série de itens de tecnologia. 

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Foto de: Motor1.com
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Foto de: Motor1.com

Tudo novo, inclusive o EV

A nova geração do Série 5, incluindo esta versão elétrica, foi apresentada mundialmente no ano passado. E logo de cara, se destaca pelo porte maior: é quase dez centímetros mais comprido que o Série 5 antecessor, com 5,06 metros de comprimento; 32 mm em largura adicionais (para 1,90 m); e 36 mm em altura (total de 1,51 m). A distância entre eixos foi aumentada em 20 mm e chegou aos 2,99 metros. 

Embora o visual do novo Série 5 elétrico seja completamente novo, ele preserva a essência que sempre definiu a linha. Ao contrário do i7, que apostou em um visual mais ousado e disrruptivo, o i5 segue uma estética mais tradicional, porém com reinterpretação mais moderna, mas mais conservador que um Série 3, por exemplo.

Na dianteira, os faróis angulares chamam a atenção, enquanto a grade de rim duplo da BMW ganha um visual mais futurista e conta com um contorno iluminado. As luzes diurnas e os piscas em LED, por sua vez, assumem um formato quase vertical. Na lateral, se destaca a linha de cintura mais alta, as saias pintadas em preto e as maçanetas embutidas na carroceria. Um detalhe interessante é o número 5 em alto relevo na base das colunas B e C. Na traseira, as linhas horizontais predominam, com para-choques com refletores verticais e lanternas horizontais estreitas.

Naturalmente, as expectativas são altas sobre uma nova geração do Série 5 quando se fala de interior. Mesmo assim, o i5 surpreendeu positivamente. A cabine revela bom gosto e modernidade, mas sem exagerar. Na verdade, o conceito aqui é minimalista, por assim dizer. Isso pela ausência de botões e controles e saídas de ar invísiveis, que na verdade são fendas no painel. 

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De resto, materiais de alta qualidade, como couro macio, madeira nobre, fibra de carbono e detalhes em metal, além de uma faixa com iluminação indireta que percorre todo o painel e portas dianteiras, garantindo o status premium. O design ergonômico garante conforto e praticidade, com assentos que oferecem bom suporte e comandos intuitivos.

A tecnologia marca presença com vários elementos, entre eles a tela curva iDrive 8.0 com o quadro de instrumentos de 12,3" combinado com a tela de 14,9", que oferece acesso rápido a diversas funções do veículo. O sistema de som da Bowers & Wilkins com 17 alto-falantes espalhados pela cabine está entre os melhores que já testamos, com ótima ambientação, esteja na frente ou no banco traseiro. A exemplo do i4, o novo i5 também possui o BMW IconicSounds Electric, que emula um ronco quando você pisa no acelerador, algo que gostamos cada vez mais. 

Tecnológico, o i5 também adota o conceito Shy Tech, que estreou no BMW iX, que possibilita controlar as funções do carro por comandos de voz, gestos, tato ou da forma mais tradicional, por meio dos botões no console central. E falando exclusivamente do quadro de instrumentos configurável com realidade aumentada e as indicações claras e intuitivas dos assistentes de condução. 

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Aos 600 cv sem ser um M5

O novo BMW i5 está equipado com a quinta geração do BMW eDrive, que recebeu várias atualizações. Aqui, estamos falando de uma unidade de potência com dois motores síncronos excitados (um em cada eixo) para um total de 442 kW ou 601 cv de potência combinada e torque máximo de 83,6 kgfm. 

Um conjunto que entrega desempenho brutal para um carro com essa proposta no uso diário. E mesmo com potência de sobra para um uso normal, o i5 tem uma entrega responsável, com o carro sempre à mão, mesmo nas saídas mais vigorosas. Aqui temos um pontos altos do sedã elétrico: sua dupla personalidade consegue conciliar uma performance de esportivo com o perfil de um sedã executivo. 

A função Boost, que entrega um pico de potência por 10 segundos, pode ser ativada pela borboleta atrás do volante, quando se inicia uma contagem regressiva no painel do carro e o ronco simulado fica encorpado, instigando a pisar fundo. A vantagem é que você pode ativar estando em qualquer modo de condução. O i5 se mantém firme nas arrancadas, parecendo andar sobre trilhos em curvas de alta velocidade. Em nosso teste, foi da imobilidade aos 100 km/h em 4,0 segundos, dois décimos acima do dado divulgado pela BMW.

Em termos dinâmicos, há pouca rolagem e o carro lida muito bem com o alto peso de 2.305 kg. Aqui não tem aquela sensação flutuante presente nos Mercedes-Benz elétricos, como o EQE, por exemplo. Ao mesmo tempo, não incomodou em nossas ruas de asfalto ruim, mérito da suspensão adaptativa bem calibrada, o que garante um ótimo compromisso nos diferentes modos de condução. Aliás, a manobrabilidade é muito boa para um carro desse tamanho (estamos falando de um sedã de 5 metros). Só tome algum cuidado com as valetas, pois a frente grande e baixa pode raspar um pouco.  

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Foto de: Motor1.com

E aqui vai um recado para os fãs de carros a combustão: o Série 5 elétrico entrega tudo isso sem deixar de lado a interação. A direção é comunicativa e o sedã transmite bem o que acontece na pista, como deve ser, mostrando que os carros elétricos estão ficando mais orgânicos no que se refere à dirigibilidade. Mais um ponto positivo. 

Anda rápido, mas também para rápido. Os freios são bem calibrados e dimensionados para a proposta. E falando nisso, a regeneração pode ser ajustada, sendo definida pela tela sensível ao toque: além da regeneração adaptativa, há níveis alto, médio e baixo. No uso normal, a opção adaptativa vai bem e consegue se antecipar às condições do trânsito para otimizar a eficiência. Vale dizer que o assistente de condução atua de forma precisa e sem ser invasivo. Está sempre por perto, mas não incomoda o motorista com intervenções bruscas, o que agrada bastante. 

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Foto de: Motor1.com

Rodando a maior parte do tempo na cidade, o BMW i5 conseguiu uma média de 21,0 kWh/100 km, um número que projetado proporciona autonomia total de 396 km, ligeiramente acima do dado oficial do Inmetro, que é de 390 km com uma carga. Certamente, o alto peso penaliza o consumo urbano, em que pese a força do conjunto propulsor e a capacidade de regeração. A depender da topografia e condições de uso, pode variar. 

bateria do i5 é produzida pela BMW com células fornecidas pela SVolt. Ela é composta por quatro módulos com 72 células cada e três módulos com doze células cada. A capacidade bruta é de 83,2 kWh (81,2 kWh líquidos) e o sedã elétrico traz como novidade a função Max Range, que permite ampliar o alcance em até 25% em caso de emergência. No entanto, a velocidade máxima é reduzida para 90 km/h e o ar-condicionado é desativado.

Galeria: Teste - BMW i5 M60 (BR)

O BMW i5 permite o carregamento AC com potência de até 22 kW. Caso opte pelo carregamento doméstico, com a BMW Wallbox configurada para oferecer 22kW de potência, a recarga completa leva 4h15. Em DC, a bateria pode ser carregada com potência de até 205 kW, sendo possível recarregar a bateria do BMW i5 de 10 a 80% em 30 minutos.

Durante o nosso teste, o BMW i5 M60 se mostrou um sedã bem projetado, que consegue aliar as boas qualidades que fizeram a história do Série 5 a tecnologias mais recentes e uma condução empolgante, como nem sempre se vê entre os carros elétricos. É uma ótima opção para quem quer algo mais orgânico se comparado aos Mercedes-Benz elétricos, ainda que o preço cobrado de R$ 759.950 não seja exatamente barato. Mas aqui não há dúvida: o i5 M60 trouxe o Série 5 para a era dos elétricos com muitas qualidades e responsabilidade.

Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com/InsideEVs)

BMW i5 M60

Motor elétrico Motores síncronos excitados, um por eixo
Potência e torque 601 cv; 83,6 kgfm
Transmissão automático de marcha única; tração integral elétrica
Bateria NCM 81,2 kWh (83,2 kWh brutos)
Tipo de tomada 7-22 kW (AC) Tipo 2 / 200 kW (DC) CCS Combo
Suspensão Duplo A na dianteira; multilink na traseira; rodas de 19" com pneus 245/45
Comprimento e entre-eixos 5.060 mm e 2.995 mm
Altura 1.505 mm
Largura 1.900 mm
Peso 2.305 kg em ordem de marcha
Capacidades porta-malas: 490 litros
Preço como testado R$ 759.950
Retomada 40 a 100 km/h (em S): 2,5 s; 80 a 120 km/h (em S): 2,2 s
Aceleração 0 a 60 km/h: 2,1 s; 0 a 80 km/h: 3,0 s; 0 a 100 km/h: 4,0 s
Autonomia elétrica cidade: 4,7 km/kWh - 382 km
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