A Stellantis colocou o governo do Reino Unido contra a parede. A gigante automotiva exigiu mais apoio das autoridades britânicas para cumprir as novas metas de vendas de veículos elétricos. E caso o governo não atenda às demandas, a ameaça é interromper a produção local.
Maria Grazia Davino, diretora geral da Stellantis no Reino Unido, afirmou que a decisão sobre o futuro da produção britânica provavelmente sairia em menos de um ano. O Reino Unido introduziu regras que exigem que 22% dos carros novos vendidos por cada fabricante sejam livres de emissões este ano, subindo para 80% em 2030. Para vans, 70% das vendas novas devem ser elétricas até lá.
De acordo com a associação da indústria SMMT, carros totalmente elétricos representaram 16,1% das vendas até maio. Com a demanda por EVs desacelerando, Davino disse que a Stellantis seria forçada a aplicar descontos para atingir as metas e evitar multas de até £ 15.000 (cerca de R$ 110.000) por veículo para quem não as cumpre.
"Haverá consequências com certeza", disse Davino na cúpula automotiva internacional SMMT em Londres. "A Stellantis Reino Unido não acaba, mas a produção da Stellantis no Reino Unido pode parar", alertou.
Ao invés de pagar multas, a Stellantis pode importar menos modelos a combustão para o Reino Unido, limitando as vendas e atingindo a meta de 22%. A Ford também anunciou que restringirá as vendas de veículos a combustão no Reino Unido, em vez de forçar as vendas de veículos elétricos para cumprir a meta.
A Stellantis, assim como outras montadoras, quer que o Reino Unido forneça incentivos fiscais para os consumidores e melhore a infraestrutura de carregamento. Também pede que a produção britânica de EVs conte para suas metas, mesmo que parte seja exportada.
A fábrica da Stellantis em Ellesmere Port perto de Liverpool produz vans totalmente elétricas para as marcas Vauxhall, Citroen, Peugeot, Opel e Fiat. A empresa planeja iniciar a fabricação de vans elétricas em sua fábrica de Luton em 2025.
As metas do Reino Unido para vendas de EVs chegam em um momento em que a demanda do consumidor desacelerou nos últimos meses, em meio a preços altos e infraestrutura de carregamento deficiente. Davino disse que as metas crescentes até 2030 "podem ser muito prejudiciais".
Perguntada sobre quanto tempo a Stellantis, a maior fabricante de vans do Reino Unido, poderia continuar sem mudanças no regime, ela respondeu: "Menos de um ano". "Deixem-me ser clara, quero manter a produção no Reino Unido", finalizou.
Fonte: AutomotiveNews
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