A Stellantis anunciou que a produção de veículos a combustão interna será reduzida em 2025 para cumprir as metas de emissões de CO2 impostas pela União Europeia. A montadora busca evitar o pagamento de multas, priorizando a fabricação de veículos elétricos (EVs). Jean-Philippe Imparato, novo COO da região Europa da Stellantis, afirmou que as mudanças podem começar já em 1º de novembro.
Com as regras de emissões se tornando mais rigorosas, a União Europeia exigirá que 20 a 25% das vendas das montadoras sejam de veículos elétricos. Imparato destacou a necessidade de dobrar a participação dos carros elétricos no portfólio da Stellantis para 24% das vendas totais em 2025. Caso a demanda por carros elétricos não acompanhe o aumento de produção, a solução será reduzir a produção de veículos a combustão.
A Stellantis não apoia adiamentos nas regras de emissões, ao contrário de outras montadoras, como BMW e Renault, que sugeriram mudanças. O CEO da Stellantis, Carlos Tavares, afirmou que a empresa está preparada para atingir as metas e alertou que qualquer atraso nos regulamentos poderia prejudicar a competitividade das montadoras europeias em relação às marcas chinesas, mais avançadas tecnologicamente.
Como parte de sua estratégia, a Stellantis baseará seu orçamento de produção na carteira de pedidos de EVs, ajustando a fabricação de carros a combustão conforme necessário. A recente parceria com a fabricante chinesa Leapmotor, na qual a Stellantis detém 51% de participação, também contribuirá para o cumprimento das metas de emissões, pois os veículos elétricos vendidos pela joint venture contarão nos números da Stellantis.
A empresa já enfrenta desafios na Europa, com uma queda de 17% nas entregas no terceiro trimestre de 2024. Além disso, a Stellantis suspendeu temporariamente a produção em algumas fábricas devido à demanda fraca, como em sua planta de Mirafiori, na Itália, que produz o Fiat 500e.
Para aumentar as vendas de EVs, Imparato afirmou que novos incentivos serão oferecidos aos concessionários, adaptados à penetração do mercado de elétricos em cada país europeu.
Enquanto isso, nesta semana a Stellantis voltou a falar sobre eletrificação para o nosso mercado. Com um Fiat 147 movido a álcool, Emanuele Cappellano confirmou que a Fiat será a primeira marca da Stellantis a lançar um sistema híbrido-flex nacional. O presidente da Stellantis para a América do Sul anunciou que os primeiros motores estão sendo fabricados em Betim (MG) e equiparão modelos da marca italiana, com o Pulse e o Fastback entre os principais candidatos.
Nas próximas semanas, a Stellantis apresentará a primeira fase da tecnologia Bio Hybrid, já demonstrada anteriormente. Para o Pulse e o Fastback, a expectativa é a adoção da tecnologia mild-hybrid de 12V, acoplada ao motor 1.0 turbo T200. Este é o primeiro passo no processo de eletrificação, menos complexo por demandar menos componentes e apresentar um custo de produção mais acessível.
Fonte: Automotive News
RECOMENDADO PARA VOCÊ
No Brasil em 2025, Leapmotor atinge a marca de 500.000 carros produzidos
EUA superam Europa nas vendas de carros elétricos pela primeira vez
Carro elétrico popular da Stellantis terá produção ainda em 2024 na Europa
Como a ofensiva de produtos da BYD a levou ao topo de setor automotivo
Carros elétricos podem atingir 24% do mercado na Europa até 2025
Brasil quer 33% dos veículos elétricos com baterias locais até 2033
BYD teria o carro elétrico mais barato dos EUA, mesmo com 100% de imposto