Ao fazer seu pedido em qualquer restaurante fast food, é quase normal ouvir uma pergunta: "batata e refrigerante grandes por mais R$ 1, senhor?". Se aceitar, você ganha algumas batatas fritas a mais e 200 ml adicionais de bebida (ou gelo) em um copo que quase nunca cabe no porta-copos dos carros, porém o sabor do lanche ou dos acompanhamentos será o mesmo.
É quase isso o que acontece com o Audi e-tron Sportback em comparação com o SUV de carroceria tradicional. Por R$ 20 mil a mais, o segundo elétrico da marca alemã em nosso mercado pode ter um estilo mais esportivo, mas conservando o mesmo bom conjunto propulsor, com dois motores elétricos que resultam em 408 cv e 67,7 kgfm de torque e uma chuva de batatinhas... digo, tecnologias.
Pouco muda se compararmos o e-tron SUV com o Sportback. Com exclusividade, colocamos os dois lado a lado para mostrar o que realmente é diferente entre eles. Para começar, ambos usam a plataforma MLB Evo, a mesma de outros diversos modelos do Grupo VW, mas adaptada para a eletrificação - e isso é bom. São tão idênticos que as medidas são iguais, a não ser a altura, que vai de 1.629 mm para 1.616 mm pelo caimento do teto. O porta-malas traseiro vai de 600 para 555 litros, mas mantém os 60 litros do dianteiro.
O conjunto propulsor idem. São dois motores elétricos, um em cada eixo, com 184 cv e 31,5 kgfm de torque e acionado em algumas situações específicas, atuando como um sistema Quattro de tração integral. O traseiro é o principal, gerando 222 cv e 36,2 kgfm de torque - em conjunto, são 408 cv e 67,7 kgfm, como no e-tron SUV, alimentados por um conjunto de baterias (36 módulos) de 95 kWh e 700 kg instalado no assoalho.
Mas há uma diferença entre os dois quando falamos em autonomia. O e-tron Sportback chega aos homologados 446 km enquanto o SUV percorre um pouco menos: 436 km, justamente pela melhor aerodinâmica do Sportback.
Nada como andar nos dois elétricos para perceber onde eles são diferentes. O Sportback traz um novo grafismo do painel de instrumentos digital, mais moderno e futurista e um tanto diferenciado em relação aos demais modelos tradicionais da Audi - e só isso que deu para perceber de diferente neste primeiro contato com o Sportback.
Não existe qualquer diferença de calibração entre os dois Audi. A suspensão segue sendo a pneumática com seletor de alturas e modos de condução, que também altera a distribuição da força, a forma como ela chega ao chão e até mesmo a resposta da direção, desde um modo mais eficiente até outro com mais desempenho, passando por um para conforto e outros dois para o fora-de-estrada, seja leve ou um pouco mais pesado.
Entre os elétricos, o e-tron talvez seja o que mais se aproxima da sensação de um carro a combustão. Por ter a mesma plataforma e até interior dos demais Audi, ele te deixa mais confortável no uso e vem cercado de tecnologias de condução. Muita coisa é opcional, mas há o piloto automático adaptativo, assistente de faixas e alerta de colisão com frenagem automática. O mais "esquisito" ainda são os retrovisores externos virtuais, que substituem as peças tradicionais por câmeras e telas, um sistema opcional que, apesar de interessante, ainda exige um pouco de costume para o uso.
Além dos 408 cv, o e-tron Sportback tem uma boa capacidade de baterias. Segundo a Audi, são 446 km de autonomia, o que permite até mesmo arriscar algumas viagens - alguns pontos de recarga já estão em rodovias, inclusive com carga rápida. E mesmo com um teto mais baixo, o espaço interno se mantém muito bom, quase no mesmo nível do SUV, só perdendo alguns litros no porta-malas.
O Audi e-tron Sportback vem na mesma configuração do e-tron SUV. São duas versões, Performance e Performance Black, que já trazem de série as rodas de 21", suspensão pneumática adaptativa, ar-condicionado de quatro zonas, bancos dianteiros elétricos, teto-solar panorâmico, faróis fullLED, piloto automático adaptativo com assistente de faixa, câmeras 360º e sistema multimídia com espelhamento de smartphones sem fio. A Performance Black recebe bancos esportivos em Alcantara, acabamento interno em cinza, pacote visual S-Line, frisos externos em preto, desenho exclusivo para as rodas de 21" e sistema de som Bang & Olufsen.
Os opcionais são: faróis Matrix com luzes dinâmicas (R$ 13 mil), pacote tecnológico (head-up display, pre-sense dianteiro e assistente de visão noturna, R$ 26 mil), retrovisores virtuais (R$ 13 mil) e Audi Side Assist (alerta de saída de faixa, alerta de tráfego traseiro, pre-sense traseiro, R$ 8 mil).
O Audi e-tron Sportback custa R$ 551.990, enquanto a opção Performance Black custa R$ 591.990. Está longe de ser barato, mas o estilo vale os R$ 20 mil a mais, além de ser um dos elétricos que mais se parece com um carro "tradicional" sem deixar de lado as vantagens de um eletrificado.
MOTOR | dois motores elétricos, um por eixo; bateria de 95 kWh |
POTÊNCIA/TORQUE |
408 cv combinados; 67,7 kgfm combinados |
TRANSMISSÃO | Transmissão de marcha única, tração integral elétrica |
SUSPENSÃO | independente multilink na dianteira e na traseira com molas a ar |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 21" com pneus 265/45 R21 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira com ABS e ESP |
PESO | 2.655 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.901 mm, largura 2.043 mm, altura 1.616 mm, entre-eixos 2.928 mm |
CAPACIDADES | porta-malas 555 litros (+ 60 litros na dianteira) |
PREÇO | R$ 591.990 (R$ 651.990 como testado) |
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