Que o Brasil está bem atrasado na eletrificação, todo mundo sabe. A Europa já abraça os veículos elétricos, os EUA está acelerando esta mudança e outros estão seguindo. Por aqui, levou anos para aparecer uma política que incentivasse híbridos e elétricos, ainda que de forma bem tímida. A Volvo abraçou esta possibilidade e apostou em uma linha exclusivamente híbrida no Brasil, com o XC40 Inscription Expression como seu modelo de entrada.
Esta é a versão mais barata do SUV compacto da marca sueca e, ainda assim, é oferecida com um sistema híbrido plug-in. Mesmo que custe R$ 269.950, o Volvo XC40 Inscription Expression quase leva o título de carro PHEV mais barato do mercado brasileiro (perde apenas para o Mini Countryman SE) e só encontramos veículos eletrificados mais baratos ao pensar em modelos como Toyota Corolla e Corolla Cross (que partem de R$ 158.290 e R$ 181.190, respectivamente), que adotam uma motorização híbrida mais simples (e barata), não plug-in. Até existem elétricos mais em conta, porém são bem menores e menos equipados, como o Renault Zoe por R$ 204.990.
O XC40 T5 Recharge utiliza o motor 1.5 turbo de três cilindros, que entrega 180 cv e 27 kgfm de torque ao trabalhar com o câmbio automatizado de dupla embreagem e 7 marchas. Mesmo sem a eletrificação, é um bom conjunto e que funciona de forma muito satisfatória no XC40, embora não dê para dizer que seja realmente empolgante. Compensa em outras formas, com a suavidade de funcionamento quando acionado ou até mesmo o baixo nível de vibração em comparação com outros tricilíndricos. O ronco só aparece se pisarmos fundo para elevar a rotação.
Com o sistema híbrido, o SUV alcança 262 cv e 43,6 kgfm na combinação dos dois motores e mostra um desempenho exemplar. Nosso teste mostrou que precisa de 7,6 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h, além de ser eficiente em retomadas ao aproveitar o torque instantâneo do motor elétrico. Um exemplo foi a aceleração de 40 a 100 km/h, que levou apenas 5,7 s, um bom número dentro dos SUVs compactos premium.
Quando não precisamos andar rápido, basta aproveitar a energia das baterias de 10,7 kWh para ter 47 km de autonomia totalmente elétrica. Com o tempo, aprendendo a aproveitar os momentos corretos para usar somente o motor elétrico, é fácil ver o nível de rendimento melhorar bastante e até recarregar o suficiente da bateria ao usar o modo de regeneração com o câmbio no modo “B”, que aumenta a ação do freio-motor para recuperar mais energia.
Quem pegar um pouco de estrada pode aproveitar ainda mais a regeneração para ficar longe da tomada, acionando a função “Charge” na central multimídia. Com ela, o XC40 roda apenas com o motor a combustão para gerar eletricidade para as baterias. E como a velocidade de cruzeiro na estrada demanda menos do motor a combustão, é possível aproveitar o movimento das rodas para fazer essa recarga sem que afete muito o consumo.
Caso coloque um Wallbox em casa, permitindo recarregar as baterias em 3 horas, subindo para quase 9h em uma tomada aterrada de 220V. Como seu conector de recarga é do Tipo 2, aceita uma carga de até 50 kW, impedindo que use os sistemas de recarga rápida, que adotam um plugue CCS Tipo 2. Ainda assim, é a tomada mais comum no Brasil, do tipo que é vista em mercados e shoppings de diversas empresas, como a própria Volvo instalou por aí.
Andando com o carro no modo Hybrid, o SUV compacto pode fazer 32,2 km/litro na cidade e 25 km/litro na estrada. Se recarregar todo dia e ficar mais tempo na cidade, é possível chegar a números muito maiores. Em minha melhor média usando muito mais a bateria do que o motor a combustão, o computador de bordo chegou a marcar 70 km/litro nas idas de vindas entre minha casa e a redação do InsideEVs, aproveitando o máximo a condução 100% elétrica
Apesar de ser um SUV, não ache que poderá usá-lo na terra. Para começar, o XC40 tem apenas tração dianteira, então não é realmente indicado para situações mais exigentes. Se as rodas dianteiras atolarem, já era. Ainda assim, seu vão livre de 21,1 centímetros faz com que seja capaz de passar por muitos obstáculos urbanos, como lombadas e valetas sem dificuldades.
Não se assuste com a definição que esta é a versão de entrada, pois está bem longe de ser mal equipada. Traz tudo o que se espera de um carro que custa mais de R$ 200 mil, com painel de instrumentos digital de 12,3”, central multimídia com tela de 9”, carregador wireless para smartphones, sensor de chuva, faróis automáticos, câmera de ré, sensores de estacionamentos e muito mais. Até o sistema de som é bom, com 8 alto-falantes de 250 watts, mas não assinado por alguma grife como as versões mais caras.
Por R$ 269.950, pode até parecer caro demais e nos fazer pensar se não vale a pena investir em uma das configurações acima. O problema é a versão seguinte, chamada apenas Inscription, é necessário colocar mais R$ 25 mil para receber controle de cruzeiro adaptativo, um interior diferenciado e detalhes cromados no visual. E isso é apenas R$ 5 mil a menos do que o XC40 R-Design.
Ou seja, se faz questão de ter o sistema semi-autônomo, é melhor partir para o topo da linha, ou economizar esses R$ 30 mil e ficar com o XC40 Inscription Expression. É uma ótima porta de entrada para uma eletrificação mais eficiente para quem fica na cidade durante a semana e encara viagens de vez em quando, por combinar a eficiência energética do elétrico com a conveniência dos carros normais.
Volvo XC40 T5 Recharge Inscription Expression
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