Renault Kwid E-Tech: 5 perguntas sobre o carro elétrico mais barato do Brasil
Confira o nosso "perguntas e respostas" sobre o novo carro elétrico de entrada da Renault
Quais são as principais dúvidas de quem compra um carro elétrico pela primeira vez? Aproveitando a nossa avaliação com o Renault Kwid E-Tech, fizemos um "perguntas e respostas" para tentar esclarecer os pontos-chave sobre o modelo que tem proposta urbana e aposta na praticidade e simplicidade como porta de entrada para a eletrificação.
Tivemos o primeiro contato com o Kwid E-Tech em maio, durante o pré-lançamento, para as primeiras impressões, e recentemente, com o carro elétrico na redação para a avaliação completa, fizemos esse roteiro com os temas mais pertinentes ao carro elétrico mais acessível (que não significa barato) da marca, no que se refere ao seu uso no dia a dia.
Baseado no Kwid com motor flex, esta versão elétrica tem como diferenciais o trem de força emprestado do irmão europeu Dacia Spring (mas que recebeu maior potência e torque exclusivamente para o mercado brasileiro), rodas com quatro furos, pneus específicos e maiores (175 contra 165) e ajuste de suspensão próprio para lidar o peso extra das baterias (cerca de 200 quilos a mais, dependendo da versão).
Confira abaixo as perguntas e respostas sobre o Kwid E-Tech:
Qual é a autonomia na 'vida real'?
Durante a nossa avaliação, rodando apenas na cidade e com o modo ECO ativado 90% do tempo, o consumo ficou entre 10,5 e 12,0 kWh/100 km, o que considerando a capacidade total da bateria de 25 kWh líquidos (26,8 kWh brutos), daria entre 208 km e 238 km com uma carga, números um pouco abaixo dos declarados pela Renault (265 km no ciclo misto e 298 km na cidade).
Vale destacar que esse resultado pode variar conforme a topografia, clima e perfil de condução, mas mesmo assim não deve ficar muito distante dessa faixa.
Como anda na cidade?
Não custa lembrar que a proposta do Kwid E-Tech é de um carro elétrico pra andar na cidade, e nesse ambiente, seja nas ruas dos bairros, com lombadas e valetas, onde a suspensão dá conta do recado, auxiliada pela boa altura do solo, ou nas avenidas e vias expressas, como as Marginais, aqui em São Paulo (SP), por exemplo, o carrinho elétrico se destaca no trânsito, com saídas rápidas nos semáforos, força em subidas e agilidade mais que suficiente em todas as situações, inclusive nas trocas de faixa, sensação que aumenta por conta da direção que tem resposta bem rápida, embora não seja muito comunicativa.
Ainda que as especificações técnicas (potência, torque e aceleração de 0 a 100 km/h), possam parecer modestas, com o carro elétrico a conversa é diferente: o torque imediato faz toda a diferença e a sensação é de estar dirigindo um carro bem mais potente que os 65 cv e 11,5 kgfm declarados.
Ao ativar o modo ECO, a potência é limitada em 45 cv e a velocidade máxima em 100 km/h, além da regeneração de energia na frenagem ficar um pouco mais intensa, mas ainda assim está longe de ser uma condução 'One Pedal' - mesmo nesse modo, dá pra usar o carro sem problemas na maioria das situações sem a sensação de falta de força.
Dá pra pegar a estrada?
A proposta do Kwid E-Tech é urbana, então esse é o ambiente onde o carro se adapta melhor e entrega tudo o que promete. Mas isso não o impede de encarar a estrada. Aliás, o pequeno elétrico acompanha o fluxo sem dificuldade, preferencialmente em rodovias onde o limite é de até 110 km/h.
Acima dessa velocidade, o consumo de energia aumenta bastante, o que, aliado à baixa autonomia, torna mais complicado fazer viagens longas. Em trechos mais curtos, sem problemas, lembrando que a velocidade máxima do modelo é de 130 km/h. Isso não é uma exclusividade do Kwid E-Tech e a maioria dos carros elétricos urbanos têm essa limitação.
E o espaço interno?
O Kwid E-Tech é totalmente baseado na versão a combustão, e em termos de medidas externas e internas é exatamente igual. No entanto, nesta versão elétrica ele está homologado para 4 ocupantes, diferentemente das versões com motores a combustão, que podem levar cinco pessoas.
Apesar disso, quem já conhece o Kwid e comprar o modelo elétrico se sentirá em casa. Tanto o motorista quanto os ocupantes se acomodam de forma similar. Em linhas gerais, é um bom espaço interno para um subcompacto, suficiente para os 4 ocupantes, principalmente no uso urbano. Em trajetos mais longos (que não é a proposta do carro), pode cansar um pouco quem vai atrás. De qualquer forma, o porta-malas acomoda os mesmos 290 litros do modelo convencional, um bom número para o segmento.
Vale e pena pagar mais pela versão 100% elétrica?
O Kwid E-Tech é vendido em versão única por R$ 146.990, o que o torna o carro elétrico mais acessível do país. Lembrando que mais acessível não quer dizer 'barato', afinal os carros elétricos ainda são caros para a realidade brasileira e também no resto do mundo, o elétrico custa praticamente o dobro da Outsider, a versão mais cara equipada com motor flex.
Mas olhando para a realidade de preços dos carros elétricos que já estão no mercado, o elétrico de entrada da Renault não destoa. Como exemplos mais próximos podemos pegar o JAC e-JS1, que custa R$ 159.990 e o Caoa Chery iCar, um modelo ainda menor que não sai por menos de R$ 149.990.
Considerando tudo isso, o Kwid E-Tech é honesto dentro de sua proposta. É um carro elétrico que traz os itens essenciais em um carro atual, sem luxos ou tecnologia de vanguarda, mas que cumpre sua missão pelo desempenho na cidade, baixo consumo de energia (respeitando os limites da autonomia limitada) e praticidade no uso diário. Para quem já decidiu fazer a transição energética, é uma opção a considerar.
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