Em entrevista recente ao Motor1 Brasil, o presidente da Volkswagen Brasil e América do Sul, Pablo Di Si, falou, entre outros assuntos, sobre infraestrutura e os planos de eletrificação da frota para o nosso país e também afirmou que os carros elétricos que serão lançados por aqui já estão definidos pela marca.
Depois de responder muitas perguntas, Di Si foi questionado sobre a possibilidade de termos aqui no Brasil a linha de carros elétricos ID. Em primeiro lugar, o executivo destacou o planejamento global da marca, com a previsão de um amplo portfólio com cerca de 80 modelos elétricos do Grupo Volkswagen entre 2026/2027, todos construídos sobre a plataforma MEB.
Em seguido ele disse: "A parte mais fácil do nosso trabalho é ir até o Salão de Frankfurt, que nós tivemos no ano passado e escolher seis ou sete desses carros (elétricos da linha ID.) e trazer para o Brasil. Essa é a parte mais fácil, pois são carros tecnológicos, com um desenho maravilhoso... E nós já fizemos esse trabalho, já temos o line-up escolhido para os próximos anos no Brasil e toda a região da América Latina".
O executivo afirmou que o Grupo Volkswagen fez parcerias com empresas como a EDP energia, Siemens, ABB (Porsche e Audi) para instalar carregadores super rápidos em seis estados brasileiros desde o Espírito Santo até Santa Catarina a cada 100 ou 150 km em um período de três anos.
Destacou que se se trata de um investimento próprio sem apoio governamental e acredita que muitas empresas irão seguir por esse caminho. No entanto, ele aposta que em determinado momento o governo também irá investir na ampliação da malha de cobertura para finalmente chegar a uma infraestrutura ideal para o carro elétrico.
Ele ressalta que por mais que o carro elétrico se popularize com autonomia de 400, 500 e até 600 km, o Brasil é um país continental e precisa ter uma malha elétrica muito ampla, algo que ainda não é uma realidade. Nesse cenário, ele vê o carro híbrido como uma transição em um período de 2 a 4 anos até chegar ao carro elétrico. Por fim, destaca que a Volkswagen também possui carros híbridos e que irão atender a essa demanda aqui na América Latina.
Ao comentar novamente sobre quais modelos viriam para o país, o Motor1 destacou que havia rumores de que os crossovers seriam mais adequados para o nosso mercado por conta da maior altura do solo (mais baixa nos carros elétricos). O executivo concordou e reforçou que pelas condições do pavimento: buracos, lombadas e obstáculos, esse tipo de veículo seria mais adequado. E completou: "esses carros crossovers tem muito mais paixão, muito mais fogo para o consumidor da América Latina".
Embora o executivo não tenha cravado de forma oficial os elétricos que virão ao país, considerando o que o Grupo Volkswagen já apresentou e seu plano estratégico para a região, apostamos que a marca deva lançar os modelos VW ID.4 e a versão de produção do ID. Buzz (Kombi elétrica), além dos já confirmados Audi e-tron Sportback e também o futuro Audi Q4 e-tron, nas variantes SUV e Sportback.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de termos carros híbridos produzidos no Brasil (a exemplo de montadoras como a Toyota), o executivo falou que as regiões do globo tem estratégias próprias em termos de mix de veículos (a combustão, híbrido e elétrico). E completou que no caso específico da Volkswagen essa estratégia passa muitas vezes do modelo a combustão direto para o elétrico. Confirma que haverá alguns modelos híbridos para mercados como o Brasil, mas que isso será algo temporário, dando a entender que não justifica um investimento mais pesado nesse tipo de veículo.
A partir de 2025/2026 todo o Grupo fará uma migração mais forte para o carro elétrico e citou a conversão das fábricas alemãs que pouco a pouco vão passando para a eletrificação da linha de produção. Ao fim, um leitor perguntou sobre a vinda do e-Golf ao Brasil, que teve resposta negativa, pois esse papel passará a ser do ID.3, que tem o mesmo porte que o Golf e já nasceu como carro elétrico. A tendência agora é que os carros a combustão "adaptados" para o motor elétrico sejam extintos rapidamente com a disseminação dos modelos feitos sobre a arquitetura elétrica MEB.
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