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Ford faz parceria com a Volvo para 'escapar' de multa por falhar em meta de CO2

Em troca, a Ford basicamente irá financiar os novos projetos de tecnologia verde da Volvo e da Polestar

Ford Kuga PHEV

Diante das normas antipoluição cada vez mais rigorosas na Europa, as montadoras fazem o que podem para se encaixar nos novos critérios e não ficarem sujeitas a pesadas multas. Nesse cenário, surge uma nova parceria entre a norte-americana Ford e a sueca Volvo que deve beneficiar ambas as empresas. 

A Volvo Car Corporation (com sua afiliada estratégica Polestar) anunciou que, graças à sua alta participação nas vendas de carros eletrificados, principalmente com os híbridos plug-in, tem certeza de que irá superar sua meta de emissões de CO2 para 2020 na União Europeia.

Galeria: Ford Kuga PHEV

Como a Ford está na situação oposta, os dois grupos automotivos firmaram um acordo de cooperação para que a Ford pudesse usar a pontuação da Volvo para evitar multas (a um valor inferior ao que pegaria por elas, naturalmente).

"Como resultado, a Volvo Cars e a Polestar, como Volvo Car Corporation, entraram em um acordo de parceria com a Ford, oferecendo suas emissões de CO2 excedentes à Ford e potencialmente a outros fabricantes de automóveis, de acordo com o sistema de pooling implementado pela Comissão Europeia."

A Volvo Car Corporation anunciou que a receita do negócio será reinvestida em novos projetos de tecnologia verde! Em outras palavras, a Ford financiará alguns projetos de eletrificação adicional na Volvo e na Polestar.

Galeria: Polestar 2: primeiras impressões

A estratégia da Ford apoiou-se principalmente no Ford Kuga PHEV (Ford Escape PHEV nos EUA), que foi bem recebido na Europa, com cerca de 21.000 unidades vendidas nos primeiros nove meses deste ano. Ele ainda é o híbrido plug-in mais vendido até agora neste ano, à frente do Mitsubishi Outlander PHEV.

No entanto, o Kuga PHEV foi duramente atingido por um problema nas baterias e teve as vendas suspensas. Como a Ford não tem nenhum outro modelo híbrido plug-in de volume (o Kuga foi responsável por 92% de um total de 22.700 das vendas de plug-ins no acumulado do ano), a meta de emissões exigida não pode ser cumprida. Até o momento, em 2020, os plug-ins representam 5,1% das vendas da Ford na Europa Ocidental.

O analista da indústria Matthias Schmidt (schmidtmatthias.de) informa que a Ford reservou US$ 400 milhões para o solucionar o problema do Kuga, contenção de CO2 e "outras despesas":

"Durante a divulgação de resultados do 3º trimestre para investidores nesta semana, a Ford disse que tinha reservado US$ 0,4 bilhão relacionado à garantia do Kuga, pool de CO2 e outras despesas."

Volvo XC40 Recharge em linha de plug-in Volvo
Volvo XC40 Recharge em linha de plug-in Volvo

A Volvo, por outro lado, está bastante avançada no caminho para a emissão zero, inclusive aqui no Brasil, principalmente por meio de vendas muito altas de híbridos plug-in.

De acordo com Matthias Schmidt, os plug-ins representam 30% das vendas da Volvo no ano até o momento na Europa Ocidental. Além disso, já emplacaram cerca de 3.800 unidades do Polestar 2 e espera-se que esse número chegue a 10.000 em 2020.

"A Volvo Cars foi a primeira montadora estabelecida a se comprometer com a eletrificação total e é a única marca a oferecer uma variante híbrida plug-in em cada modelo de sua linha. Ela também apresentará uma linha de modelos totalmente elétricos em breve anos, começando com o XC40 Recharge, cujas entregas começarão ainda este ano. "

A meta da Volvo para os veículos puramente elétricos é de 50% das vendas globais até 2025.