De acordo com a Anfavea, o governo federal deve anunciar o fim da isenção de imposto de importação para carros elétricos e híbridos ainda neste mês. Segundo a entidade, o principal motivo é a "invasão chinesa" de veículos eletrificados, que tem incomodado as montadoras já estabelecidas, ainda focadas em modelos a combustão.
E junto com o anúncio da volta do imposto, que deve ser gradual ao longo dos próximos três anos, o governo também publicará as normas da segunda fase do Rota 2030, que torna as regras de emissões e eficiência de veículos novos mais restritivas.
Galeria: GWM Haval H6 GT 2024
A isenção do imposto de importação foi anunciada há cinco anos e tinha como objetivo incentivar a vinda de novas tecnologias de propulsão, mais limpas, mas não tinha data definida para terminar.
Carros elétricos em crescimento
Nesse contexto, vale destacar que as vendas de carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in no Brasil bateram um novo recorde em agosto de 2023.
Foram 9.351 emplacamentos, um avanço de 25% sobre o recorde anterior de julho e 120% na comparação com agosto do ano passado, segundo o levantamento mensal realizado pela ABVE.
Galeria: BYD Dolphin (BR)
Com isto, o mercado nacional de eletrificados segue a linha de crescimento acelerado, se aproximando da marca de 10.000 unidades mensais. Para efeito de comparação, nos primeiros oito meses de 2023, foram 49.052 emplacamentos de eletrificados leves, praticamente o resultado total do ano passado (49.245).
É um avanço consistente, mas de um segmento que ainda não chega a 5% de participação do mercado total. No entanto, as montadoras estabelecidas já olham para a frente e enxergam uma ameaça crescente, dado o dinamismo dos novos players chineses, sobretudo de marcas como o BYD e GWM, que em poucos meses dominaram o mercado de carros elétricos e híbridos no país.
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Invasão chinesa
Márcio Leite, presidente da Anfavea, entidade de que representa os fabricantes no país, mencionou uma “invasão de produtos asiáticos, principalmente da China” na América Latina. Entretanto, o executivo disse que “não tem nada contra chineses, asiáticos”, mas que o setor automotivo defende o retorno do imposto de importação de 35% para os veículos elétricos e híbridos, como já acontece para os modelos a combustão.
“Temos uma reunião em 11 de setembro no Ministério do Desenvolvimento. A previsão é que no mês de setembro seja publicada (a nova fase do Rota 2030)”, disse Leite.
“Espero que a questão do imposto de importação esteja incluída. Pela coincidência de prazo deve ser na mesma época”.
O executivo também divulgou que por conta desta renúncia fiscal, o país deixou de arrecadar cerca de R$ 2 bilhões neste ano, sendo R$ 1,1 bilhão referente a veículos importados da China.
Fonte: Forbes