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Elon Musk: "carros chineses podem demolir montadoras ocidentais"

CEO da Tesla reconhece competitividade das marcas chinesas e fala em barreiras para impedir avanço global

Musk Cina

Em entrevista recente, o CEO da Tesla, Elon Musk, deu declarações polêmicas sobre o desenvolvimento da indústria automotiva na China, especialmente em relação aos carros elétricos. O executivo alertou para o avanço do país no setor e declarou que montadoras tradicionais estão em desvantagem na corrida pela eletrificação, correndo sério risco de perder espaço no cenário global. Musk usou até mesmo a palavra "demolir".

“Se não forem estabelecidas barreiras comerciais, elas [montadoras chinesas] praticamente demolirão a maioria das outras empresas automobilísticas do mundo”, disse em conversa com a agência de notícias Reuters. O bilionário, além de reconhecer o risco, elogiou a indústria chinesa e afirmou que os carros chineses “são extremamente bons”. "São hoje as marcas mais competitivas do mundo", completou.

Fábrica da BYD - China

Fábrica da BYD na China

O alerta de Musk acontece logo depois de a BYD superar a Tesla como maior marca de carros elétricos do mundo no último trimestre de 2023. Além disso, a China ultrapassou o Japão e assumiu o posto de maior exportador mundial de automóveis em 2023 - posição que certamente deverá manter em 2024 graças ao avanço conquistado em mercados internacionais.

Falando em avanço, a Europa não tem visto com bons olhos a chegada das marcas chinesas na região e acusa as empresas da prática de dumping (comercialização de produtos a preços abaixo do custo de produção para ganhar mercado). Governos locais estão implementando tarifas e regulamentos protecionistas para evitar uma enxurrada de carros chineses, e até mesmo a uma investigação está sendo realizada por parte da Comissão Europeia.

Tesla Gigafactory 3

Gigafactory da Tesla na China

Além de Musk, demonstra preocupação com a China o CEO da Stellantis, Carlos Tavares. Segundo o executivo, a indústria automobilística global tem uma “grande luta” pela frente e o principal antagonista é a indústria automotiva chinesa.