Impressões Honda HR-V 2022: híbrido, moderno e econômico

Apresentado globalmente em 1999, o Honda HR-V só foi lançado no Brasil em sua segunda geração, em 2015. Agora, o SUV compacto que conquistou o mundo chega à terceira geração, mantendo suas qualidades de sempre, como a boa construção e amplo espaço e também incorporando inovações tecnológicas. 

Com design completamente novo, tanto por dentro quanto por fora, o Honda HR-V 2022 também passa a contar pela primeira vez com um sistema de propulsão híbrida, para melhor eficiência e desempenho. Nossos amigos do Motor1 Itália foram até a Alemanha para conhecer a novidade e nos trazem as primeiras impressões. Confira. 

Exterior

O novo Honda HR-V não cresceu em relação à geração anterior: tem 4,30 metros de comprimento, 1,77 m de largura e pouco menos de 1,60 m de altura, com as linhas que ficaram mais macias e os traçados mais decisivos. O teto descendente remete um pouco ao que vemos cada vez mais nos SUV cupês. No que diz respeito ao design, não faltam elementos visuais próprios e de vanguarda - com a tradição Honda - como a grande grade de faixas estreitas da mesma cor da carroceria para efeito de dianteira larga.

O perfil é elegante, graças às rodas de liga leve aro 18" e arcos de roda que se sobressaem, enquanto a traseira tem estilo peculiar. Os faróis de LEDs são quase conectados por uma faixa que cruza o carro horizontalmente em duas convergências no logo central e fazendo o SUV parecer mais largo do que realmente é.

Interior

Todos esperam que um Honda seja racional e digno de um amplo espaço e o HR-V confirma isso. Embora a distância entre-eixos não tenha aumentado em relação à geração anterior, os passageiros traseiros têm 3,5 cm a mais de espaço para os joelhos (além de duas tomadas USB no túnel central, na parte superior) e, em geral, algumas soluções foram aprimoradas para tornar todo a cabine de passageiros muito prática.

Atrás, os protagonistas são os bancos: o assento traseiro pode ser levantado e travado proporcionando um espaço generoso que pode ser usado, por exemplo, para carregar objetos altos ou volumosos. Isso foi possível porque o tanque de combustível mudou de lugar: ele não fica sob o banco traseiro, mas abaixo do banco do motorista.

Esse espaço extra também trouxe benefícios no uso do porta-malas que, em tamanho, é inferior à média da categoria com 304 e 319 litros de capacidade mínima dependendo da versão. O Honda HR-V é um híbrido completo e a bateria está posicionada sob o assoalho do porta-malas, o que tira o espaço para um possível fundo duplo. Reclinando o banco traseiro, porém, a capacidade sobe para 1.305 litros e a parte superior fica completamente plana, o que é uma vantagem.

Movendo-se para o painel, graças à tradição Honda, todos os controles são facilmente acessíveis e os sistemas intuitivos e fáceis de usar. A tela de informação e entretenimento (com Apple CarPlay, também sem fio, e Android Auto) é de 9" enquanto que no quadro de instrumentos a instrumentação é parcialmente digital. Os controles de ar condicionado são físicos e gerenciados a partir de uma plataforma dedicada e, logo abaixo, há duas tomadas USB.

Os espaços disponíveis são abundantes tanto no que diz respeito à liberdade de circulação dos ocupantes quanto aos compartimentos de armazenamento, já que existem vários e de vários tamanhos. Como em muitos carros da categoria, a maioria dos materiais de estofamento na parte inferior da cabine são de plástico e o preto brilhante no túnel atrai poeira e marcas de dedos, mas aqueles mais acima tem acabamento agradável, feitos de plástico macio ou couro ecológico. As montagem tem um bom padrão de qualidade.

Como anda?

Sob o capô do Honda HR-V há um sistema híbrido completo composto por um motor a gasolina de 1,5 litro e dois elétricos, um gerador e um de propulsão, para uma potência total de 131 cv. No entanto, é um híbrido peculiar que, dependendo da velocidade, pode funcionar tanto em série quanto em paralelo. No primeiro caso, em baixas e médias velocidades a tração é exclusivamente elétrica. Quando a bateria é descarregada, ela é alimentada pelo motor a combustão, que através do gerador produz a energia necessária para o movimento.

O híbrido paralelo é usado em velocidades maiores, acima de 80 km/h, com o motor de 1,5 litro diretamente conectado à transmissão por meio de uma pequena embreagem. Desta forma, quando você anda devagar, consome bem menos porque a propulsão é exclusivamente elétrica, enquanto que na rodovia, onde o híbrido é mais exigido, o motor a gasolina é o principal impulso.

Durante a maior parte do tempo, portanto, a tração é fornecida exclusivamente pelo módulo elétrico, e os benefícios podem ser vistos observando-se o indicador de consumo médio. O HR-V encoraja uma tocada mais relaxada e aos poucos te induz a querer dirigir de modo a consumir cada vez menos combustível, já que com um pé leve você pode facilmente alcançar uma excelente média (não é difícil permanecer na faixa dos 20 km/litro). O conforto também é bom: a posição de condução é alta, a visibilidade é excelente em todas as direções e o mesmo se aplica ao bom isolamento acústico.

A Honda tem trabalhado para melhorar o comportamento de direção, que na verdade já era um dos pontos fortes da geração anterior do HR-V. A direção foi recalibrada, ficando mais precisa e razoavelmente direta quando o modo de condução mais esportivo é selecionado, com a suspensão trabalhando bem nas irregularidades, graças ao maior deslocamento da mola, que reduz as forças laterais no amortecedor e aumenta a rigidez, e o uso de juntas esféricas de baixo atrito e buchas otimizadas, que garantem sempre uma sensação de controle e segurança.

Por último, mas não menos importante, o freio: nos híbridos, o pedal é normalmente 'borrachudo' e pouco sensível devido à transição da frenagem regenerativa para a mecânica, mas aqui o inverso é verdadeiro: o pedal tem um curso curto e a frenagem é forte e controlável.

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Curiosidade

Existem muitos SUVs deste porte, mas neste caso o que está sob o capô é o que mais ameaça a concorrência, uma vez que os únicos SUVs completos híbridos com menos de 4,30 metros no mercado são o Toyota Yaris Cross, o Hyundai Kona e o Renault Captur, sendo o HR-V o maior e mais generoso dos modelos compactos-médios na Europa.

No Brasil, a nova geração do Honda HR-V deve ser lançada no ano que vem, inclusive com produção nacional, prevista para o início de 2022. No entanto, ainda não sabemos se esta interessante (e econômica) versão híbrida estará disponível já no lançamento, ou será lançada posteriormente.

Quanto custa?

O novo Honda HR-V já pode ser encomendado nas concessionárias da Europa (no caso da Itália) a um preço base de 30.900 euros (R$ 198.000), sem considerar os incentivos e descontos para carros ecológicos, com as primeiras entregas previstas para fevereiro de 2022.

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