Assim como fabricantes de luxo e generalistas de grande porte, montadoras consideradas de baixo custo também tentarão um lugar ao sol no mercado de veículos eletrificados. Prova disso vem a Renault, que confirma nesta semana as intenções de eletrificar a marca Dacia (dona dos modelos Sandero, Logan e Duster) dentro de no máximo dois ou três anos.

A empresa é conhecida pela boa relação custo-benefício que oferece na Europa, seu principal mercado, e não deve deixar de lado essa característica mesmo com o lançamento de novidades EVs. Tanto é que a eletrificação acontecerá através da adoção de tecnologias já usadas pela própria Renault.

Galeria: Dacia Duster

“O principal argumento de venda da Dacia é o custo-benefício e, como parte disso, a marca adota tecnologia originárias da Renault, mas com algum atraso”, explicou o presidente da Renault Europa, Philippe Buros. “Então, a Dacia pegará tudo o que a Renault tem em termos de eletrificação, porque seremos obrigados a eletrificar a marca, seja com carros totalmente elétricos ou híbridos. É verdade que a Dacia não é elétrica hoje, mas também existem muitas marcas na Europa que não são elétricas. Eu acho que todas terão que ficar eletrificadas porque é uma tendência real", disse. "Acho que em dois ou três anos eletrificaremos a Dacia", acrescentou.

Buros também afirmou que, quando a Dacia começou a crescer, a maioria de seus clientes na França morava em áreas rurais, “mas hoje temos muitos compradores em cidades como Paris. Eles vão querer um Dacia elétrico. Mas eles vão querer um que seja mais barato que um Renault elétrico.”

O executivo também falou sobre a chegada de outras tecnologias originárias do grupo Renault-Nissan, mas ponderou em relação a alguns aspectos. "Sim, mas nossos clientes não estão pedindo isso [tecnologia semi-autônoma]. Suas necessidades são mais simples: ir do ponto A ao ponto B. Para isso, eles querem ar-condicionado, vidros elétricos, direção assistida, mas não querem um carro autônomo, porque sabem que nunca conseguirão um carro autônomo por 10.000 euros. Quando formos obrigados a tê-la, faremos isso. Mas tentaremos fazê-lo o mais tarde possível, caso contrário, isso quebrará o modelo de negócios da Dacia."