Com a perspectiva de crescimento exponencial da frota global de veículos elétricos a partir de agora, soluções mais eficientes em termos de gerenciamento de energia elétrica começam a ganhar espaço. Ainda pouco difundida no Brasil, a tecnologia V2G (Vehicle-to-Grid) recebe atenção cada vez maior de grandes montadoras e empresas de energia na Europa.
Nesta semana, a FCA revelou o projeto ambicioso para dar origem a maior rede V2G do mundo. A unidade piloto, que entrou em operação em Torino, na área de logística de Drosso, em Mirafiori, foi construída em colaboração com importantes parceiros como a Engie Eps e Terna.
Na ocasião, Pietro Gorlier, CEO da FCA EMEA, quis fazer um balanço da situação dos investimentos e projetos do grupo ítalo-americano na presença do ministro Patuanelli, que geriu 2 dos 5 mil milhões de euros atribuídos globalmente à Itália. Entre os pontos-chave para o futuro da FCA, está o fato de o carro elétrico, a partir do Fiat 500, ser agora - finalmente - visto como um produto para as massas.
Justamente por isso o V2G assume importância estratégica, por ser uma tecnologia que apóia a expansão da mobilidade com emissão zero. Com o V2G, de fato, os carros podem ser usados como acumuladores de energia liberando eletricidade para a rede, tornando-se ferramentas capazes de estabilizá-la e facilitar o gerenciamento de picos de consumo.
Roberto Di Stefano, chefe de e-Mobility para a região EMEA da FCA, destaca que "a tecnologia V2G também representa uma oportunidade importante para otimizar os custos operacionais do veículo para o benefício dos motoristas, bem como uma possibilidade concreta de contribuir para sustentabilidade do desempenho da rede elétrica ".
Sim, porque este serviço, tão valioso para a rede, pode naturalmente vir a ser uma remuneração para os motoristas de veículos elétricos.
"Em cerca de dez anos haverá cerca de 10-15 milhões de veículos elétricos na Europa" - acrescentou Carlaberto Guglielminotti, CEO da Engie Eps, "estes, ligados à rede elétrica, equivalem a cerca de 900 GWh de energia conectada ao sistema elétrico Europeu 95% do tempo".
Esta é uma quantidade enorme, equivalente a 18 vezes a potência de pico do sistema elétrico italiano e 70% do sistema elétrico europeu. E será entregue por carros movidos a bateria.
Diante de certos números, entendemos o quanto o V2G permite transformar o que poderia ser um problema para a rede elétrica em sua própria solução.
Durante a apresentação da nova planta V2G, Gorlier também ilustrou em que direção o grupo está se movendo. A FCA decidiu investir mais de 33 milhões de euros no apoio à sua infraestrutura, que já conta com 3.000 pontos de recarga para carros elétricos na Itália. Destes 1.100 estão localizados nas concessionárias (7.000 se você olhar a rede de vendas europeia), 1.200 na Leasys Mobility e mais de 900 nas fábricas e nos estacionamentos dos funcionários.
"Ao mesmo tempo - concluiu Gorlier - é necessário que a rede de carregamento pública e privada se desenvolva rapidamente. Em 2025, serão necessários 170.000 pontos de carregamento públicos na Itália, hoje temos 10.300. Importa agora definir os aspectos regulatórios sobre os quais as instituições estão trabalhando e lançar um plano nacional para a infraestrutura de carregamento pública e privada que suporte o crescente número de veículos eletrificados".
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