Primeiro veículo da Jeep produzido no Brasil, o Renegade representou um marco para a empresa, além de trazer inovações e quebrar paradigmas com recordes seguidos de vendas mundo afora. E agora, seis anos após o seu lançamento, torna-se (juntamente com o irmão maior Compass) o primeiro Jeep híbrido plug-in da história.
Um passo importante para o fabricante norte-americano, que está pronto para eletrificar toda a gama até 2022, uma nova linha que se distingue pelo nome 4xe - o Renegade eletrificado, inclusive, foi prometido pela FCA para o Brasil no ano que vem. A eletrificação chega para ajudar o utilitário ficar mais eficiente em termos de consumo, sem perder um único gene de seu DNA off-road.
A versão híbrida plug-in não trouxe nenhuma novidade visual ao Jeep Renegade, além do emblema 4xe (que identificará todos os modelos Jeep híbridos) e a possibilidade de optar por elementos de acabamento em azul, como perfis da grade e do capô, graças ao extenso catálogo de personalização da Mopar. Estilo e medidas inalterados: 4,24 metros de comprimento, 1,81 de largura e 1,67 de altura, com um entre-eixos de 2,57. Trata-se de um SUV compacto adequado para a cidade, mas não apenas isso, pois ele também continua (bem) credenciado ao uso no off-road, para se manter fiel à tradição da marca.
No interior, a principal novidade é que a tela de 8.4" para o sistema de informação e entretenimento Uconnect é item de série, juntamente com várias novas funções de conectividade que permitem, por exemplo, enviar instruções do navegador do smartphone para o Renegade. Informações que levam em consideração o estado de carga das baterias (controláveis remotamente) e a presença de estações de recarga ao longo do percurso.
Claro, o multimídia do Renegade 4xe também contém botões dedicadas à parte híbrida, para que o condutor possa conferir como o sistema está funcionando, bem como o consumo de combustível e bateria, entre outras funções relacionadas.
Abaixo estão outras inovações de estilo simples, mas capazes de mudar o caráter do SUV híbrido plug-in feito em Melfi: as teclas para modos de condução: Hybrid, Electric e E-Save, que detalharemos mais adiante.
De resto, é o bom e velho conhecido Renegade com boa qualidade de construção, a não ser pelo espaço disponível no porta-malas, que vai dos 351 litros das versões clássicas aos 330, devido à presença do motor elétrico traseiro e do sistema de gerenciamento do sistema híbrido.
Como anda?
Falando rapidamente do trem de força que move o Jeep Renegade 4xe, trata-se de um sistema composto por um motor 4-cilindros 1.3 turbo a gasolina de 130 ou 190 cv, um pequeno motor elétrico conectado ao mesmo e uma segunda unidade elétrica de 60 cv, com diferencial integrado, acoplado ao eixo dianteiro. O resultado é uma tração integral híbrida, sem a necessidade de um eixo de transmissão.
O motor elétrico traseiro é alimentado por uma bateria de 11,4 kW montada sob o assoalho, para um total de 50 km de autonomia em modo 100% elétrico até uma velocidade máxima de 130 km/h. Para garantir a possibilidade de ter a tração nas quatro rodas sempre disponível, existe um motor a gasolina e uma pequena unidade elétrica, sendo que o primeiro alimenta o segundo, que por sua vez recarrega a bateria.
Um funcionamento peculiar que não altera o comportamento dinâmico do Renegade, sempre bem assentado graças a uma estrutura que é firme sem ser áspera, com um centro de gravidade ainda mais baixo. O mesmo se aplica à direção, firme e bem direta. Um SUV bacana de dirigir e que, graças à eletrificação, fica ainda mais interessante.
O ponto fraco é a caixa automática de 6 marchas, que às vezes fica indecisa nas trocas usuais e - no kickdown - insistente demais em manter a marcha mais baixa, fazendo com que o 1.3 "fale mais alto" com o ruído por vezes invadindo a cabine. De resto, o sistema comporta-se bem em qualquer modo de condução: no Hybrid é o software que decide qual motor usar, no Electric você viaja conduzido apenas pelo elétrico de 60 cv, enquanto no E-Save pode recarregar as baterias (até um máximo de 80%) ou preservar a sua carga.
Esse último modo de condução também pode maximizar a intensidade da frenagem regenerativa (que pode ser definida em 2 modos), que nunca é realmente incisiva e, portanto, não dá origem a um estilo de condução de "um pedal". É uma pena que não existam borboletas no volante para selecionar o nível de intervenção da frenagem regenerativa.
Mas falar em Jeep é falar em off-road e de que o fabricante norte-americano faz questão de enfatizar como o Renegade 4xe é ainda mais eficaz no off-road. Eles estão exagerando? Parece que não, porque o torque instantâneo de 25,5 kgfm do motor elétrico ajuda a superar melhor os obstáculos, graças também à excelente progressividade de intervenção. Dessa forma, a eletrificação não impediu que o SUV compacto obtivesse o emblema “Trail Rated”, concedido apenas aos Jeeps que passaram por rigorosos testes de resistência em rotas particularmente difíceis.
De um híbrido plug-in você sempre aprecia o silêncio de rodagem e o Jeep Renegade 4xe, claro, não é exceção. Dirigir pela cidade ou mesmo em estradas de terra sem ouvir nenhum barulho vindo de baixo do capô é um grande prazer. E se você tiver uma configuração bem-sucedida, capaz de absorver a aspereza e sem comprometer a dinâmica, a viagem se torna ainda mais agradável.
Cair no off-road com um veículo que tem baterias colocadas sob o assoalho pode parecer assustador. Por isso, para o Renegade (e Compass), a Jeep desenvolveu uma espécie de "esqueleto" de segurança que contém as baterias e a fiação, para poder enfrentar terrenos pedregosos e valas sem medo, até um máximo de 40 cm.
Disponível na Europa em 3 versões de acabamento - Limited, S e TrailHawk - o Jeep Renegade 4xe parte de 38.500 euros e chega aos 41.500, algo entre R$ 252.000 e R$ 271.600 em uma conversão direta, com uma farta lista de equipamentos de série e, como já foi falado, também podendo aproveitar as centenas de acessórios e itens estéticos da Mopar.
Previsto para chegar ao Brasil no ano que vem, provavelmente junto com o Compass 4xe, esta versão híbrida plug-in pode ser o primeiro veículo eletrificado da FCA em nosso mercado (caso o Fiat 500 elétrico não desembarque por aqui primeiro). O presidente do grupo FCA na América Latina, Antonio Fliosa, inicialmente prometeu o modelo para o nosso mercado ainda neste ano. No entanto, os planos foram afetados pela pandemia e alta do dólar e a estreia acabou sendo adiada para 2021. A conferir.
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