O Volkswagen ID.3 é um carro que ultimamente temos visto bastante. De qualquer forma, tente se lembrar da primeira vez que o viu. Não parece familiar? Para mim, sim. E descobri o porquê depois de ver uma imagem aleatória um dia desses. Foi quando percebi que o ID.3 era muito parecido com o veículo da foto, o IRVW Futura.
Revelado no Salão de Frankfurt de 1989 e apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo em 1990, o Futura nasceu como um carro-conceito e assim permaneceu por mais de 30 anos. Se você considerar que a produção do ID.3 foi apresentada no Salão Automóvel de Frankfurt de 2019 - o último - o número é mais preciso. Nenhum carro que a Volkswagen produziu fez qualquer referência de estilo até hoje - a marca o exibiu como um carro para o ano 2000.
IRVW significa Integrated Research Volkswagen, ou Centro de Pesquisas Integradas da Volkswagen. Infelizmente, o Futura não era um carro elétrico, pois nenhum carro no ano de 2000, com exceção do GM EV1, tinha propulsão elétrica.
O Futura tinha motor a gasolina de 1,7 litro com compressor G. Ele entregava apenas 82 cv (60 kW) e 15,7 kgfm de torque. Todas as quatro rodas giravam e podiam se mover na mesma direção das rodas dianteiras ou na direção oposta. O eixo dianteiro o tornava mais estável nas mudanças de faixa; o traseiro reduzia drasticamente o raio de giro.
Nada disso chegou ao ID.3. Nem suas portas asas de gaivota. Embora contasse com sistema de estacionamento automático (o pai do Park Assist), computador de bordo, freio de mão elétrico e sensores de distância, foi sua aparência o que mais nos impressionou.
Veja como são curtas as saliências do conceito, suas formas gerais, os faróis, a traseira truncada. Tudo isso pode ser visto no ID.3, como se fosse um Futura atualizado. Até a grande área de envidraçada em ambos os veículos. No conceito, era uma expectativa. No ID.3, é uma opção.
A explicação para a incrível semelhança provavelmente reside em uma explicação muito mais plausível: a aerodinâmica. O Futura tinha um cx de 0,25 e tinha como objetivo permitir que o consumo fosse de "apenas" 16,6 km/l. Hoje alguns híbridos plug-in mais modernos podem chegar tranquilamente à faixa de 40 a 60 km/l.
"Futura" obviamente se relaciona com a palavra futuro, como uma aposta para qual carro estaríamos dirigindo no ano 2000. É triste ver que levamos mais 20 anos para ter esse carro à venda. Saber que não precisa mais de motor a combustão já serve como um alento.
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