Em 17 de outubro de 2020, a Foxconn anunciou que tinha a intenção de se tornar um fornecedor de componentes de carros elétricos com sua plataforma aberta MIH. Em 12 de dezembro, a Geely disse que tinha as mesmas intenções com sua SEA (Arquitetura de Experiência Sustentável). Não seria errado afirmar que eles seriam como concorrentes da Magna Steyr até esta semana, quando a Foxconn e a Geely anunciaram uma joint venture para fornecer a produção de carros elétricos a terceiros.
O que aconteceu? Não podemos responder, mas temos alguns palpites. No início, a MIH Open Platform e seus produtos seriam feitos com a ajuda da Yulon, uma fabricante de automóveis taiwanesa. Para começar, talvez a capacidade ociosa das fábricas da Yulon fosse suficiente. Mas por que investir em novas fábricas de automóveis quando tantas outras poderiam produzir mais carros?
É aí que provavelmente a Geely se encaixa. Segundo a Reuters, a empresa pode produzir 2 milhões de unidades por ano, mas fez apenas 1,32 milhão de carros em 2020. Em outras palavras, poderia ter produzido e vendido 680.000 a mais. A Tesla passou um sufoco para conseguir fabricar 500.000 carros elétricos em 2020.
De acordo com a Hon Hai (nome real da Foxconn) e a Geely, eles produzirão carros completos e também irão oferecer “serviços de consultoria personalizados abrangentes” para empresas que desejam ter a “divisão de trabalho de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)”.
O objetivo da TIC seria auxiliar os fabricantes de automóveis a “fazer a transição para novos processos de fabricação e modelos de negócios inovadores e eficientes com base em tecnologias CASE (conectadas, autônomas, compartilhadas e eletrificadas)”. Ou seja, levar essas empresas à eletrificação.
Considerando que a Foxconn já disse que usaria mega fundidos em sua MIH Open Platform, não temos dúvidas de que um dos “processos de fabricação eficientes” que ela indicará a essas montadoras será algo que a Tesla já aplica ao Model Y.
Embora a Geely seja a empresa com habilidades de fabricação de automóveis e fábricas para continuar com a produção nesta parceria, será a Foxconn que terá três dos cinco executivos que administrarão a joint venture ainda sem nome. A Geely, por sua vez, terá dois executivos no conselho de administração.
Isso significa que a Foxconn não irá mais trabalhar com a sua plataforma MIH? Ou que a Geely não oferecerá o SEA a outras montadoras? Tentaremos descobrir mais sobre isso com cada uma dessas empresas. Se o fizerem, eles serão concorrentes e parceiros ao mesmo tempo para ajudar a levar a indústria automotiva para o próximo nível: a mobilidade elétrica.
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