A Tesla e as montadoras chinesas que começam a se expandir pela Europa pressionaram o Grupo Volkswagen a acelerar os planos de converter sua principal fábrica em Wolfsburg para a produção de veículos elétricos, admitiu a marca alemã nesta quarta-feira (13).
A concorrência da Tesla, em particular, é uma grande preocupação para a maior montadora alemã, já que a empresa norte-americana começará em breve a produzir carros elétricos em grande volume em sua gigafábrica nos arredores de Berlim, a capital alemã.
"Não há dúvida de que temos que lidar com a competitividade de nossa fábrica em Wolfsburg, tendo em vista a entrada de novos competidores no mercado. A Tesla está estabelecendo novos padrões de produtividade e escala em Grünheide."
Porta-voz da VW Michael Manske
O representante se referia ao fato de que a fábrica da Tesla em construção perto de Berlim terá uma capacidade máxima de 5.000 a 10.000 carros por semana — mais que o dobro da produção alemã de veículos elétricos a bateria em 2020, segundo a Reuters.
A fábrica da Volkswagen em Wolfsburg, que tem mais de 50.000 funcionários, atualmente não fabrica veículos elétricos, mas a montadora planeja produzir um sedã elétrico no local a partir de 2026 conhecido como "Project Trinity ". À luz do aumento da concorrência, a montadora gostaria de começar a fazer o referido veículo elétrico antes do prazo.
Isso mostra claramente como a implementação de mudanças é mais demorada nas montadoras tradicionais em comparação com os novos fabricantes exclusivos de veículos elétricos. As montadoras alemãs também estão lutando para alcançar as plataformas de produção mais eficientes das empresas de VEs. Por exemplo, a VW leva cerca de 30 horas para produzir o ID.3, enquanto a Tesla precisa de apenas 10 para fazer um Model 3.
No entanto, pode haver um lado bom nisso, já que o CEO do Grupo VW, Herbert Diess, disse anteriormente que a Tesla alimentaria a concorrência na Alemanha. Falando em Diess, uma reportagem publicada pelo jornal alemão Handelsblatt em 13 de outubro afirmou que o CEO disse em uma reunião do conselho de supervisão em setembro que uma transição para veículos elétricos muito lenta poderia custar até 30.000 empregos para a empresa.
Diess disse ter expressado preocupações sobre o futuro da VW na reunião de 24 de setembro, argumentando que os custos da empresa não estão corretos. Ele disse que a principal fábrica em Wolfsburg, que tem enfrentado um aumento do tempo de inatividade ultimamente em meio à escassez de chips, deve ser convertida para carros elétricos bem antes de 2026, sugerindo que 30.000 empregos podem ser perdidos se a montadora transitar muito lentamente para um futuro de carros elétricos.
Diante da reação do conselho de administração da VW, cujo porta-voz disse que "uma redução de 30.000 empregos é absurda e infundada", a Volkswagen negou fazer cálculos específicos sobre quantos empregos poderiam ser perdidos no processo.
"Um debate está em andamento e já existem muitas boas ideias. Não há cenários concretos." Porta-voz da VW Michael Menske
Fonte: Reuters via Automotive News
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