A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) está solicitando ao governo federal uma revisão no cronograma de aumento do imposto de importação para veículos elétricos e híbridos. A entidade argumenta que o atual ritmo de elevação das alíquotas, previsto para chegar a 35% em 2026, não oferece proteção suficiente à indústria nacional, que se vê ameaçada pelo crescente volume de importações, principalmente da China.
Durante o Seminário AutoData Revisões das Perspectivas 2024, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, afirmou que a medida é necessária para garantir a competitividade do setor e evitar a perda de investimentos e empregos no país. "Não queremos uma guerra comercial com os importados, mas precisamos defender nossa indústria", afirmou Leite em recente seminário.
As preocupações da Anfavea se baseiam no forte crescimento das importações de veículos eletrificados da China. Nos primeiros cinco meses de 2024, 42,8 mil unidades foram importadas do país asiático, um aumento de 510% em relação ao mesmo período de 2023. Esse número representa 27% do total de veículos importados no período, e coloca a China como o segundo maior fornecedor de carros para o mercado brasileiro, atrás apenas da Argentina.
O aumento das importações, impulsionado pelos preços competitivos dos modelos chineses, pressiona a indústria nacional, que ainda se encontra em fase de desenvolvimento de tecnologias de eletrificação. Segundo a Anfavea, o cenário atual coloca em risco os investimentos já realizados pelas montadoras no país, além de ameaçar a criação de novos empregos no setor.
Diante dessa situação, a Anfavea defende a antecipação da aplicação da alíquota máxima de 35% do imposto de importação para veículos elétricos e híbridos. A entidade argumenta que a medida é crucial para equilibrar as condições de competitividade entre a indústria nacional e os produtos importados, especialmente os chineses.
Vale lembrar que o imposto foi retomado em janeiro de 2024, inicialmente com tarifa de 12% para híbridos e 10% para elétricos, avançando até chegar aos 35% somente em julho de 2026. Ou seja, a Anfavea quer antecipar em 2 anos essa alíquota máxima.
Tabela progressiva do imposto de importação:
Propulsão: | Híbrido (HEV) | Híbrido Plug-in (PHEV) | Elétrico a bateria (BEV) |
Janeiro/2024 | 12% | 12% | 10% |
Julho/2024 | 25% | 20% | 18% |
Julho/2025 | 30% | 28% | 25% |
Julho/2026 | 35% | 35% | 35% |
O pedido da Anfavea ainda será avaliado pelo governo federal. No entanto, a entidade se mostra cautelosa em relação ao futuro da indústria automotiva brasileira, caso nenhuma medida seja tomada para conter o crescimento das importações de veículos eletrificados chineses. A competitividade do setor e a geração de empregos no país estão em jogo.
Fonte: AutoData
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